Palavras

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A/N: Amores, para quem ficou confuso com o capitulo anterior, aqui tem algumas explicações. Essa é uma pontinha da história do Jones mais velho, o Adam. E a Donna vai ser importante na história, por isso precisava aparecer logo :) Espero que gostem!!

***

Adam encarava o papel cuidadosamente dobrado em suas mãos. Desde o instante em que Donna o havia entregue a antiga carta, ele havia se recusado a olhar seu conteúdo. Era um tipo estranho de auto preservação, mas ele sabia que qualquer que fosse o conteúdo daquela carta, faria seu coração se quebrar em outros tantos pedaços outra vez. 

Quando a madrugada ameaçava se tornar dia, ele soube que era hora de deixar de ser covarde e tomar ciência do conteúdo do amassado papel. 

Por um momento, antes de desdobrar o papel, ele lembrou-se de Ethan. O jovem que era fruto de seu erro. O resultado de uma escolha que ele desejou tantas vezes não ter feito, mas soube que era necessária. Quando ele segurou o único filho entre os braços, Adam soube que havia uma razão para cada um de seus erros, cada um de seus passos em falso, mal calculados. Ethan era sua benção em meio a dor. O lembrete de que o sofrimento as vezes trás presentes. O lembrete de que perder Donna, era o passo necessário para ganhar Ethan. Ah, como ele admirava as ironias da vida. 

O relógio marcava 3:00 da manhã. A chuva, em um ato de misericórdia ou crueldade, ele não saberia dizer, havia cessado alguns poucos minutos atrás deixando o silêncio como seu único e já conhecido companheiro. Era hora. Havia chegado o momento de encarar de frente o que a sua decisão havia causado ao coração de Donna. 

As letras mal feitas formavam a caligrafia apressada dela. Brilhante em suas palavras, terrível para demonstrá-las. Donna White era um mistério que um dia ele havia jurado entender. 

"Ainda lembro-me daquele dia."

A primeira frase já fez o coração de Adam dar um salto de ansiedade e desespero e por um segundo, ele quis esquecer que tinha o papel em mãos e se negar a ler seu conteúdo. Respirando fundo, ele continuou. 

O dia em que meus olhos se encontraram com os seus e que pela primeira vez e mesmo ainda sem saber, eu entendia ali o significado da palavra amor. O brilho acinzentado de seus olhos refletia a luz do sol de forma a dar a eles um brilho quase etéreo. Seu sorriso, no entanto, iluminava mais do que qualquer raio com o qual o sol nos havia presenteado naquela manhã de inverno. O brilho de suas iris alcançou o azul sem vida que não dava ás minhas o mesmo aspecto marcante. Foi naquele momento que a palidez do meu rosto se deu ao direito de ser preenchida por uma cor que ia além de um bronzeado qualquer. O brilho do seu olhar preencheu o cinza que adornava o meu coração. E junto com você, eu sorri...

Adam sorriu ao lembrar-se do momento em que uma ainda bem jovem Donna White, havia chegado como aluna nova à escola. Vindo da França onde morava com a avó para viver com seus pais na Inglaterra, ela havia sido o assunto mais comentado da escola durante o restante do ano. A bela Donna White. Que havia roubado seu coração desde o primeiro instante.

Sem saber por que ou como. Era o sorriso de um coração que achou ter finalmente encontrado sua outra metade, a parte de si que vagava pelo mundo a procura de um lar. E cheio de esperança, meu coração, tão cheio de vida e sonhos, se entregou ao seu como jamais se daria a outro. Seu coração, sem perder tempo algum, o marcou como propriedade sua. A partir daquele momento, meu sorriso dependia tão somente do seu. O brilho do meu olhar refletia a luz que vinha de seus olhos. Como espelhos paralelos ambos éramos reflexos das mesmas atitudes. Te perdi...

Adam se viu outra vez sorrindo. Donna havia assumido anos mais tarde, ter ficado desolada quando ele aceitou uma vaga de intercambio que o levou para fora do país por um ano. 

Reason (Real #2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora