CUSM: Save Bella .

Sexagésimo Sexto .

   Doía-me o corpo, cada centímetro dele, para além da alma. Vê-lo estendido na cama com os olhos fechados e a cara embrulhada em curativos fazia-me lacrimejar; saber que eu era a razão do seu estado atual deixava-me ainda pior.

   Eu respirei fundo antes de afastar o ombro da moldura da porta e recuar para a deixar fechada.

   " Ele continua a dormir? " Balancei a cabeça numa confirmação.

   " Eu continuo a achar que ele devia ter ficado no hospital " Murmurei mais para mim do que para eles. 

   Eleanor suspirou enquanto se reposicionava no sofá.  Todavia a minha atenção rapidamente correu para outro lado. A última frase por aquele homem dita mantinha a minha mente em alerta e eu não tinha forma de descobrir o que raio se passava; quem o tinha colocado como alvo, ainda para mais por minha causa. 

   Antes que eu pudesse encontrar uma resposta a campainha tocou e eu despachei-me a abri-la sabendo quem esperava do outro lado, pelo menos adivinhando. 

   " Christian " Eu balbuciei antes de o sentir apertar-me contra o seu peito. 

   De um modo estranho sabia bem, sentia-me bem e ele cheirava bem, a descanso e paz, apesar da sua cara permanecer marcada com algumas nódoas negras. 

   Eram três da tarde e a Bella estava com a sua avó no apartamento do lado; uma delas tinhas plena noção do que estava a acontecer. Estavam todos cá: Anne e o seu companheiro pelo Harry pouco estimado, Gemma, Liam, Zayn, Niall.. Faltava apenas a Louise, o Tom e a baby Lux mas eles não conseguiram chegar antes do previsto.
   Sinceramente eu não poderia ter a certeza se o Harry já sabia de tudo isto ou não mas agora nós estávamos todos aqui, excluindo Anne, o seu companheiro e Bella, à espera que ele acorde para fazer não sei bem o quê, honestamente.

   Eu já tinha tomado um bom novo banho. As roupas quentes com que me aconcheguei faziam-me confortável o suficiente para atravessar este período de espera.

  Pareciam passar horas a cada minuto que corria. 

   Christian e eu juntámo-nos a todos os outros na sala. Os olhares caíram sobre nós de uma forma estranha mas eu empurrei-os para longe não ligando por um segundo sequer. Faziam-me acreditar que o Harry lhes teria contado sobre os acontecimentos no avião mas sinceramente não me preocupava. Eu sabia o que tinha feito e a minha consciência, neste momento, só pesava por não ter reconhecido os sinais. No entanto, eu não poderia deixar de me lembrar que o Christian se tinha colocado numa posição potencialmente perigosa para tentar evitar que o Harry fosse agredido. Para além do mais o Christian tinha-me estado a apoiar, ele não me tinha encurralado contra a parede do elevador com o maxilar rudemente pressionado pela sua mão; não, quem o fez foi o Harry e eu tinha marcas que os poderiam relembrar disso de cada vez que olhassem para mim.

   Christian cumprimentou todos os que estavam presentes antes de nos sentarmos lado a lado num dos sofás. Houve um silêncio durante uns segundos até o Louis se desencostar do sofá para se arrastar um pouco para a frente e então fixar o seu olhar no do Christian. 

   " Eu queria agradecer-te por teres intervido " Ele disse-o e eu só conseguia ver genuinidade nos seus olhos brilhantes. O Louis e o Harry tinham o laço tão forte e inegável que me deixava espantada e eu sabia que por existir esta ligação ele estava a sofrer tanto como se fossem realmente irmãos. " Porque se não fosses tu eu acho que ele não estaria ali deitado agora. E não me interessa o que possa ter acontecido naquele avião há horas atrás, eu disse-lhe, avisei-o que se não cuidasse, haveria quem o fizesse. " As palavras correram a sala como o vento poderia correr se a janela estivesse aberta. Louis tinha confirmado o conhecimento de todos quanto o que aconteceu no avião. Mas então, fui surpreendida quando houve uma confirmação das suas palavras pela parte dos outros através de um praticamente sincronizado movimento afirmativo da cabeça.