quadragésimo nono .

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   Eu podia sentir as minhas pernas balançarem, o suor frio reclamar a minha pele e o meu coração acelerar para falhar uma batida de minuto a minuto. Os meus olhos piscaram repetitivamente, analisando a estatura por de trás do corpo corpulento do Harry. Tinha um sorriso no rosto. Aquele sorriso rancoroso mas que podia cativar qualquer pessoa num segundo. Tinha marcas também. Talvez feitas pelos seus companheiros mais recentes. Eu não me importei em pensar sobre isso mas também não o fiz porque estava ansiosa, nervosa e acima de tudo assustada. 

   Estava a ver-me, àquela distância. E eu sabia-o simplesmente! E isso assustava-me mais e mais. A Bella estava aqui, a menos de um braço de distância e isso levava-me ao limite muito facilmente. 

    A sua cabeça tombou em divertimento puro, gesticulando-me uma direção que eu deveria de seguir. Avançou nessa mesma, acreditando que seguiria os seus passos sem questionar sequer e estava certo. Eu iria sem pestanejar.

   " B-- " interrompi-o.

   " Eu preciso de ir à casa de banho, Harry " Exasperei com o olhar longe do dele. 

   " Ei.. " Ele segurou o meu corpo, a partir do cotovelo, penetrando o seu olhar verde e desconfiado no meu. " Está tudo bem?! " Ele pressionou, procurando por uma reação corporal minha; não acreditando na minha palavra.

   " Posso ir à casa de banho?! " Eu insisti, com um olhar rancoroso e duro; um olhar que o desarmava, e desarmou, em cinco segundos apenas. 

   Então, ele soltou-me, ao som do comunicado sobre o nosso voo. Nós ouvimos, com os olhos cravados no outro, que todos os voos estavam atrasados devido à meteorologia. E depois disso, eu adiantei-me até à casa de banho deixando os meus pertences no sofá, junto ao casal e à Bella. 

   Eu tinha o meu corpo a balançar sobre si mesmo quando me curvei para deixar um beijo na testa da pequena morena. Na minha mente, eu repetia o mesmo mantra; isto era por ela, por ele, pela minha família e eu precisava de ser destemida o suficiente por eles.

   Quando eu estava a um passo do interior da casa de banho, eu só conseguia pedir por um pouco de coragem e um pouco menos de medo. Mas mesmo assim, eu empurrei a porta bamba, adivinhando a sua presença, talvez pelos anos que vivi com ele; pelo tempo em que tentei escapar dele. 

    Ele estava de costas para mim. Todavia, eu sabia que ele estava atento à minha entrada e que, tal como eu, ele já tinha pressentido a minha presença ali mesmo. 

   Eu respirei alarmada enquanto ele balançava sobre os seus pés e murmurava o meu nome para me encontrar por fim. Os seus passos ecoaram por toda a divisão até me alcançar, a um simples centímetro de distância. A sua respiração descompassada embatia na minha testa, era tão perturbante! 

   Ele segurou o meu queixo, manobrando o meu rosto na direção do seu; para cima. " Bárbara " Cantarolou e parecia feliz por dizê-lo, por me ter ali. E isso assustava-me como a porra. " A Bella está tão-- " 

    " Não! " Eu lacrimejei, abanando a minha cabeça fracamente, com o queixo aprisionado. 

   Ele sorriu-me, beijando o topo da minha bochecha com dureza. " Está tudo bem! Eu não lhe toquei! "

   " O que é que tu estás a fazer? " Eu perguntei-lhe desesperada, com o meu tom fino e frágil, com as minhas lágrimas bem salgadas. 

   " Apenas a sair em liberdade condicional "

   " Para que é a mala? Tu não.. tu não podes sair do país em liberdade condicional "

   Ele sorriu-me outra vez mas desta vez ele serpenteou o meu corpo com a sua mão, mergulhando-a no bolso de trás das minhas calças enquanto eu chorava ainda mais. " A questão é.. " Ele murmurou, perto do meu ouvido, raspando os seus dentes na minha orelha. " Eu tenho amigos lá entro, e vê só! Eles transferiram-me para Nova Iorque, bebé! " Havia alegria no seu tom, no seu olhar. Ele parecia acreditar em cada palavras, por favor! 

CUSM: Save Bella .Onde as histórias ganham vida. Descobre agora