CUSM: Save Bella .

quinquagésimo terceiro .

   Ela continuava a arrastar as mãos sobre a cintura. A sua saia preta estava no lugar agora e ela parecia minimamente concretizada enquanto eu a observava da cama, deitado. A Bárbara estava menos agitada hoje. Menos que ontem e eu achava que mais que amanhã.

   Depois tínhamos a Bella deitada por entre os nossos lençóis. Ela não tinha dormido connosco mas estava aqui agora, pronta para sair numa roupa quente e confortável no lugar da B.

   Eu puxei os meus braços para cima ao estica-los antes de os dobrar para de trás da cabeça. Assim podia vê-la melhor apesar do sono. Ela tinha dormido pouco, estava cansada. Mas continuava bonita, cada vez mais, eu acreditava.

   Quando ela puxou as mangas ainda mais para cima acabando por mostrar  as compressas que rodeavam a feia queimadura que envolvia parte do seu braço. Como ela estava diante do espelho, ela acabou por encontrar a ligadura. A ferida parecia puxar de volta a nova realidade, ela estava a pensar nisso, com certeza. E era uma verdade inevitável. Continuei a observa-la e parecíamos os dois perdidos em demasiado e pouco ao mesmo tempo.

   " Tu estás acordado.. " Soava como um ronronar cansado quando ela se aproximou da minha ponta da cama para se sentar.

   " É... " balbuciei e ergui o meu braço até à sua cara para a acariciar.

   Mas ela curvou-se sobre mim para me oferecer os bons dias com um simples toque sobre os meus lábios. Foi suave e calmante, o suficiente para me alegrar.

   " Tu pareces preguiçoso hoje " brincou com um sorriso cutucando o meu abdómen antes de deitar o seu tronco sobre o meu peito nu. Havia um suspiro engraçado a escorrer pelos seus lábios quando o fez e era bom conhecer a sua boa disposição mesmo depois de uma noite com pesadelos.

    O seu cabelo tinha caído em todas as direções, até na minha cara antes de eu o bufar para longe e atirar os meus braços à volta do seu corpo delineado. Apertei-a sem fim, ouvindo-a praguejar e rir ao mesmo tempo.

   " Tu sabes.. " Ela começou no momento em que elevou o rosto, perto do meu.

   " Eu sei. " brinquei, espalhando a minha mão no seu rosto.

    " Nunca vou compreender os teus horários excêntricos de trabalho. " Então ela puxou uma carranca que já me era familiar e puxou uma risada minha. O meu peito vibrou por baixo do dela porque tinha a sua piada.

   " E eu nunca vou perceber como é que tu já és mãe " Eu estava a encorajá-la a subir e acreditava que o fizesse até que a Bella acordou.

   " Bom... " A B disse enquanto tentava reprimir uma gargalhada e as suas bochechas se tornavam vermelhas. " Eu acho que já o sou " Era uma piada fraca mas ela deixou-me com ela antes de se arrastar até à Bella que requeria atenção. Eu estava a perceber que não estava tão pronto assim para ter outro filho. Eu talvez não estivesse pronto para perder ainda mais um pouco da sua atenção.

   Virei-me para a ver um pouco mais e, como de tantas outras vezes, eu senti-me tão feliz quanto desconfortável. A interação de ambas era fantástica, certamente. Mas eu não podia deixar de sentir um tipo de ciúmes. Porque tudo tinha mudado como que da noite para o dia. Agora não eramos nós os dois, não era o seu quarto da universidade, não era nada como antes. E eu não estava arrependido mas eu estava a precisar de a ter para mim por mais um pouco, talvez por muito mais.

   Quando ela continuou a prestar a sua atenção à Bella eu pousei as minhas mãos nos seus quadris e puxei-a contra o meu corpo. Era uma sensação boa e calmante, que me transportava para qualquer outro lugar. Os nossos corpos curvados refletiram uma concha antes de eu serpentear a minha perna por entre as suas. Os meus lábios bateram no seu ombro e ela puxou o cabelo para um só lado, acomodando-se contra mim.