CUSM: Save Bella .

quadragésimo oitavo .

   Estava a chover como a porra quando eu finalmente empurrei a porta das traseiras da cresce da Bella. Eu tinha tentado os portões principais mas eles estavam fechados, tal como as janelas. E quando eu estava prestes a perder a cabeça eu consegui encontrar esta porta por onde entrei em segundos. Ela chiou atrás da minha entrada. A porta balançou e o seu fecho ecoou pelos corredores escuros. Eu estremeci quando o bater da porta foi estrondoso demais. Eu ainda era aquela rapariguita com medo do escuro e agora aqui estava eu: na boca do lobo. 

   Mas isso não era uma grande preocupação para mim porque neste momento nada poderia colocar-se entre mim e a minha filha, nem mesmo um medo que sempre tive. Eu respirei profundamente antes de avançar pelo primeiro corredor. A crescer era grande,  era aquela, a primeira onde a Bella esteve e a Abby trabalhava. Eu só cá tinha entrado uma ou outra vez para uma reunião pontual e para recitais. Eu tinha o caminho para cá decorado porque fora as vezes que cá entrei, eu tinha conduzido a Bella para cá milhentas vezes, afinal. 

   Eu estava com medo de chamar por alguém e à medida que avançava eu podia ouvir alguns ruídos que me assustavam. Estava alerta ou talvez nem tanto porque não estava descansada. o meu corpo pedia que parasse e o meu cérebro precisava de horas de sono e tranquilidade. Mas mesmo assim continuei e continuei. Até ao ponto em que eu cheguei a um nova porta. Ela estava encravada mas eu empurrei-a com um pouco mais de força para encontrar uma zona em obras. Tinha artigo de construção em todo o lado e peças diferentes em cada canto. Cheirava a pintura e eu estava pronta para avançar até ouvir uma voz ecoar nas minhas costas. Eu não pensei realmente antes de rodar sobre os meus próprios pés num milésimo de segundo e me apavorar. 

   " Então olá " 

   " Abby " Arfei. Ela tinha um grande sorriso na cara, os olhos esbugalhados e pouco mais pude notar antes de apagar completamente. 

Harry|Styles 

   " Eu pensei que vocês tivessem a mer-porcaria dos telemóveis sob escuta! " 

   " Senhor Styles-- " 

   " Uma ova! Encontre-a " Eu cuspi, enraivecido. Senhor o caralho! Eles tinham ouvido a porra de uma chamada e não tinham feito uma merda até que eu cheguei aqui. Eram umas quatro e caralho da manhã e eles ainda não tinham ninguém no terreno. Eu podia sentir a minha cabeça quase rebentar. A minha mente trabalhava e trabalhava sem direito a pausa. Eu não tinha como encontrá-la e por isso vim até aqui mas então eles tinham ouvido a merda de uma chamada telefónica e nada feito. Caralho! Eu poderia jurar com os pés juntos que se algo acontecesse à B eu iria acabar com eles. 

   Eu afastei-me até uns bancos sob os olhares do corpo policial, não dando uma merda para o que poderiam pensar pela minha postura ou o caraças. Vi-os remexer nos portáteis, trocando informações entre eles e voltando outra vez a olhar para o ecrã. Aqui neste canto da delegacia não havia muito movimento mas havia assentos e eu ocupava um deles. Eu achava que tinha partido o telefone dela, pelo menos o visor porque enquanto conduzia eu continuava a forçar o telefone na minha mão esquerda. Eu nem olhei para o dispositivo quando ele tocou, atendendo e erguendo-o pateticamente até à minha orelha. 

   Eu não podia deixar de ver isto como um ritual da nossa relação. Ela estava sempre em apuros e eu estava sempre na merda de um banco a tentar saber dela. Seria sempre assim? Para sempre assim?! Um grande nó na minha garganta fez-me soluçar mas então eu percebi. Enquanto a minha perna tremelicava, enquanto não conseguia levar o telefone até à minha orelha e enquanto o meu corpo tremia aleatoriamente eu percebi que estava a chorar pateticamente. 

   A minha mão desceu para se juntar à que se mantinha já em baixo e então eu realmente chorei, embrulhado nesta mistura de merda de sentimentos de culpa, solidão e desamparo. Eu amava-a com a minha vida e isso iria custar-ma de certeza. Mas eu já tinha ultrapassado este impasse e medo do que sentia por ela. Agora o que assustava era a sua ausência e a sua queda por situações como esta.