quadragésimo oitavo .

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Acordei nos seus braços mas estava frio. Ele estava frio e distante, não o seu pequeno quarto de adolescente. Era diferente. Ele estava estranho mas eu não conseguia perguntar porquê pelo medo da resposta que me daria.

Agora ele estava a trespassar os dedos no meu cabelo esticado. Mas as suas ações eram tão mecânicas e então superficiais que me assustavam.

Enrosquei-me no seu colo por segundos, quase milésimos dele. Ele estava acordado e agitado, talvez por amanha partirmos de volta a New York e a sua realidade familiar não ser a melhor, talvez por outra razão..

" Bárbara... "

Empurrei o meu rosto para cima, arrastando-o sobre o seu peito. O ruído que produzi gerou um sorriso seu que me deliciou.

Rolei a cabeça contra o seu pescoço, quase ronronando em graça mas apreço também.

" Tu devias de dormir, é cedo "

" Não consigo dormir " Murmurei.

" Pesadelo? " Questionou-me, atenciosamente.

Encolhi os ombros. " Não.. "

" Então o quê?! "

" Estou preocupada contigo, é tudo. " E ele estava preocupado comigo mas não teria razões para tal. Apesar dos últimos acontecimentos eu estava bem. E ele era tão atencioso com cada refeição minha que agora era baseada em sopas e pouco mais... Só queria que se sentisse bem comigo como me sinto bem com ele.

" Estou cansado, bebé. " Disse. " É tudo. Quando voltarmos para casa " pausou, os seus olhos correram o que nos rodeava. " para a nossa verdadeira casa, vai ficar tudo bem. Vamos ser nós outra vez "

Ele não me olhou nos olhos e isso foi o ponto. Ele nunca desviava o olhar do meu durante uma conversa tão pesada quanto esta.

Reajustei-me sobre o colchão, deixando o conforto que me oferecia enquanto perdido numa imensidão. Estiquei o meu braço para trás, contra a superfície da cama para que fosse o meu suporte.

" Não mordo essa " Insisti, ferozmente com a expressão fechada.

Mas então, ele esboçou aquele sorriso esperto e preguiçoso que obviamente dizia mais do que entendíamos. Fintei o seu toque quanto se aproximou da minha bochecha a sua mão enorme. Forcei a expressão, os lábios franzidos e o v entre as sobrancelhas. No entanto, ele sorriu ainda mais enquanto prendia a sua mão na minha.

" Não tens que morder nada, amor " Cantarolou-o, divertido.

" Oh, por favor " Eu não queria mas a gargalhada desabrochou do meu interior. O meu corpo oscilou sobre ele próprio e ele viu-o como um ponto positivo à sua causa quando me empurrou contra o seu corpo de novo. Os seus lábios cruzaram a minha testa de forma desleixada graças ao sorriso que mantinha rasgado e belo.

" Eu amo-te, xoxa " Balbuciou, amorosamente embrulhando-me nos seus braços e pernas em plena madrugada.

Na manhã do dia da nossa partida, estávamos todos na sala de jantar, embrulhados numa conversa simpática. Nem Anne nem Robin estavam presentes enquanto desfrutávamos do espaço, da casa. O recente casal tinha saído por alguma razão e o Harry parecia demasiado bem por isso mesmo.

Nós tínhamos todas as nossas malas diante da porta e eu não sabia se iria ter a oportunidade de me despedir de Anne. Todavia, tinha um gênero de formigueiro na barriga que me fazia ansiar o retorno a NY. A nossa vida estava lá e o bem-estar do Harry também.

CUSM: Save Bella .Onde as histórias ganham vida. Descobre agora