Lead Up

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LAUREN POV

Entrei no alojamento tentando segurar as lágrimas de qualquer forma, mas infelizmente falhei. Elas desciam de forma devastadora sobre minhas bochechas esquentando ainda mais o meu rosto que fora tomado por um tom avermelhado. Fiquei totalmente sem rumo ainda parada de costas para a porta do alojamento deixando ser tomada por aquela maré cheia que transbordava sobre mim.

Uma avalanche de sentimentos havia tomado o meu corpo e mente por completo. Camila Cabello havia começado um inferno dentro de mim. Um inferno no qual eu não queria permanecer, por mais que por ela parecesse valer a pena a penitência.

Aquela maldita festa de boas-vindas.

Por que eu tive que me meter? Como pude me deixar levar por aqueles olhos, por aquela boca, por aquelas curvas, por aquele sorriso e pela voz doce? Aquela latina que aparentava ser tão frágil fisicamente só queria uma atitude minha. Como eu pude perder a cabeça desse jeito? Nem gay eu era, ou sou, sei lá.

Merda!

As lagrimas já ameaçavam a cair novamente, mas respirei fundo e contive toda aquela angustia misturada com raiva e covardia. Eu tenho certeza que quero aquela garota, mas pra mim, processar e aceitar toda essa novidade em forma de informações sobre a minha sexualidade estava sendo mais pesado do que eu pensava.

Minha mãe vai me matar e meu pai me deserdar.

Eu não queria admitir isso, mas eu tinha tanto medo de arriscar.

Alguns minutos após conseguir me acalmar consideravelmente quase por inteiro percebi que estava sozinha ali, então caminhei até o banheiro para que pudesse lavar o meu rosto e retoquei a maquiagem leve que eu havia feito hoje mais cedo. Querendo ou não eu ainda tinha compromissos com a universidade hoje.

A minha próxima aula seria na Oficina de Artes onde provavelmente eu pintaria o meu primeiro quadro na minha faculdade dos sonhos, Yale. Ao imaginar isso no último ano do colegial eu me via incrivelmente animada pintando o melhor quadro da turma e recebendo elogios de um professor gato, mas agora na atual realidade, eu estava tentando cobrir com maquiagem e um óculos escuro a cara de quem havia chorado torrencialmente por uma latina maldita que saiu da puta que pariu para acabar com a minha saúde mental. A vida realmente dá muitas voltas.

Aquele óculos escuro estava me incomodando, então resolvi tirá-lo pelo mesmo ali dentro do alojamento e guardei dentro da mochila junto com alguns materiais da aula que eu teria daqui a uns 20 minutos. Não peguei nenhuma tela porque como era a primeira aula, provavelmente eles nos disponibilizariam para os alunos ao decorrer da aula.

Peguei minha mochila, caminhei até a porta do alojamento e a abri. Do lado de fora eu conseguia ouvir um falatório vindo do alojamento 5 e automaticamente lembrei do semblante triste plantado no rosto de Camila antes dela fechar a porta na minha cara alguns minutos atrás.

Respirei fundo e me retirei daquele corredor que me atormentava com lembranças magoadas e com um humor totalmente instável.

Não tenho tempo pra isso.

[...]

Ao chegar à Oficina de Artes, a aula já estava prestes a começar. Sentei na última fileira ao lado de um rapaz magro que estava sozinho no canto esquerdo da oficina e logo um tom de voz grave e alto recheou os quatro cantos da oficina.

- Olá, eu sou o professor Simon Cowell e hoje teremos a nossa primeira aula na oficina de artes. Por favor, dois rapazes fortes me ajudem com os cavaletes e duas moças venham até aqui e distribuam aquelas telas médias.

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