Lenire

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Lauren POV

Bastou um olhar em direção aos meus lábios.

Era como ser atingida em cheio por um raio. Meu corpo tinha sido tomado por correntes elétricas que percorriam cada canto do meu ser fazendo com o que meu coração bombeasse mais sangue do que devia.

Camila ainda envolvia o meu pescoço com os seus braços e nossos corpos ainda estavam bem próximos. A latina parecia pensativa. O que se passava naquela cabeça? Por que ela estava me olhando daquela forma? Por quê? Eram muitos por quês.

Será que...?

Eu balancei a cabeça rapidamente para os lados tentando afastar aqueles pensamentos, mas o barulho da agulha da vitrola arranhando o vinil nos tirou do transe total me fazendo correr em direção ao objeto que arranhava sem dó aquele vinil valioso.

- Droga! – exclamei preocupada.

- Pelo jeito esse aqui você não vai poder levar contigo. - disse a latina me mostrando as marcas que a agulha havia feito no vinil caro e em seguida o colocando no lugar de onde tiramos.

- Só reza pra ninguém descobrir isso aqui, Camila.

A latina sorriu olhando para a capa do vinil provavelmente tentando calcular o valor do objeto e em seguida fez uma cara de dor.

- Estou com fome! – disse Camila passando a mão na barriga.

Eu achei aquela cena engraçada. Até acharia mais se eu também não estivesse morrendo de fome também. Peguei o meu celular para olhar as horas e já havia passado das 10:00 PM e precisávamos encontrar algo para comer. Imediatamente pensei na lanchonete próxima ao auditório.

Camila e eu caminhamos em direção à lanchonete e procuramos os interruptores do local que já havia sido totalmente tomado pela escuridão da noite. Eu iluminava as paredes com a lanterna do meu celular e Camila ia caminhando na minha frente passando a mão pela parede a nossa direita.

Até com pouca luminosidade ela era linda.

Quando finalmente encontramos os interruptores da lanchonete fomos em direção ao balcão e a pequena porta que dava entrada a parte das vitrines. A pequena porta estava trancada, então tive que pular o balcão que era bastante alto e destravar por dentro para que Camila pudesse entrar.

- A madame já pode entrar. – disse em tom de brincadeira me curvando e dando passagem para que a latina entrasse.

- Muito obrigada, plebeia! – disse Camila entrando na brincadeira.

Ela sorriu mais uma vez.

Ela sorriu pra mim.

Aquele sorriso já era meu.

Respirei fundo quando paramos de frente para a porta principal da lanchonete que dava entrada a cozinha.

- Deus, não nos negue alimento. – Camila disse baixo como se fosse uma súplica e no mesmo instante eu me lembrei de Ally.

Toquei na maçaneta e girei. A porta abriu. Soltei a respiração presa e adentramos a cozinha procurando a despensa.

Saí da cozinha com dois sanduíches caprichados e um copão de suco de laranja. Camila pegou algumas frutas variadas, suco e pães recheados de presunto. Sentamos em uma das mesas próximas a janela e comemos.

- Eu não aguentaria até amanhã. – disse dando outra mordida no sanduíche. - É sério. Você teria que dar um jeito de carregar o meu corpo até a saída do prédio amanhã de manhã. – completei brincando.

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