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𝖠𝖪𝖠𝖬𝖤 𝖲𝖤𝖭𝖩𝖴

Quando terminei de fazer as pilhas de exames obrigatórios pedidos por Obito, fiquei sentada na maca esperando os resultados. Eu sabia que estava bem, já que por pouco não cheguei a ser ferida por aquele homem, mas para tranquilizar Obito decidi fazer tudo pacientemente.
Ele pelo menos me fez o favor de ir comprar um lanche para saciar minha fome, eu estava há algumas horas sem comer e depois de todo o estresse que passei, sentia meu corpo bem fraco. A comida do hospital não era boa, e por isso convenci ele a ir em alguma lanchonete próxima e me trazer algo saboroso e comestível.

Obito me garantiu que Eloise estava melhor, eu pedi para conversar com ela um pouco, mas ele disse que eu só poderia vê-la depois que comesse e estivesse 100% bem.

Não tive nenhuma notícia de Madara desde que saímos de lá. Sei que Obito trocou algumas mensagens com ele, e isso me deixou ansiosa e preocupada.
Mesmo Obito tendo esclarecido as coisas em partes para mim, eu queria ouvir o que Madara tinha a dizer, sua explicação, suas desculpas, eu só quero saber o que ele sente.

Enquanto esperava, o clima frio do hospital banhava o pequeno quarto, por isso me ajeitei na cama cobrindo parte do meu corpo com os lençóis. Eu não conseguia evitar pensar em tudo o que havia acontecido. Ainda me sentia um pouco trêmula, a sensação de medo não havia sumido totalmente, e minha mente parecia não se acostumar que tudo tinha chegado ao fim.

Foram tantos anos com medo, temendo e fugindo de tudo e todos, que não sei o que fazer agora.

Recordava-me de noites insones, de olhar sobre o ombro a cada esquina, da paranoia constante que se tornara minha companheira fiel. Mas agora, diante da incerteza do futuro, sentia-me como um pássaro em uma gaiola que de repente tinha suas portas abertas. A liberdade, por mais doce que fosse, era um oceano desconhecido, e eu teria que aprender a navegar por ele.

Finalmente, Obito voltou com uma sacola recheada de deliciosas opções. Ele estendeu um hambúrguer suculento e uma porção de batatas fritas acompanhado de um copo grande de refrigerante na minha direção, e sem esperar comecei a comer. Não comia coisas gordurentas com frequência, mas estava precisando muito disso agora e era um alívio ter algo tão saboroso assim para comer.
Enquanto eu comia, Obito se escorou ao lado da porta e ficou mexendo em seu celular, apenas me lançando olhares de vez em quando. Ele parecia um cão de guarda.

Foquei minha atenção no lanche em minhas mãos, enchendo minha boca com outro pedaço do hambúrguer e pegando algumas batatas fritas para completar.

A porta da sala abriu, pensei que poderia ser o médico com o resultado ou umas das enfermeiras, então não dei tanta atenção à primeira. Mas quando a figura alta se aproximou e vi os movimentos inquietos de Obito, ergui meus olhos um pouco curiosa.
E para minha surpresa e alívio, era ele.

– Madara… - Sibilei. Colocando a comida de lado, e voltando minha atenção a ele. Ele usava uma de suas típicas camisas sociais escuras, a cor preta sempre lhe caia bem. Alguns botões da sua camisa estavam abertos, dando aquela esplêndida visão de seu peitoral, seus longos cabelos estavam desajeitados, ele tinha arranhões e cortes em suas mãos,e era bem óbvio  para mim onde e como ele havia os conseguido – Obito, poderia nos deixar a sós por favor?

Obito – Claro, vou verificar Eloise - Comentou, já indo até a porta e deixando a sala.

Fiquei em silêncio e apenas acompanhei com os olhos seus movimentos, observando ele puxar uma cadeira e a colocar de frente para mim, e então sentar. Com a cabeça baixa, e seus olhos distantes, ele suspirou, seus lábios se abrindo e fechando como se ele não soubesse o que dizer.

Até que finalmente sua voz saiu, baixa e rouca.

Madara – Como você está? - Perguntou. Seus olhos finalmente subindo para encontrar os meus.

N̷a̷ M̷i̷r̷a̷ D̷e̷ U̷m̷ U̷c̷h̷i̷h̷a̷Where stories live. Discover now