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𝖠𝖪𝖠𝖬𝖤 𝖲𝖤𝖭𝖩𝖴

Dois anos depois….

Em passos leves, andei até a entrada do lugar. Parei bem em frente a enorme porta de madeira, e respirei fundo antes de criar coragem de tocar a campainha.

Esperei alguns instantes até a doce mulher vir me atender, a recepcionista me guiou pelo consultório até o escritório da doutora. A decoração do local era agradável, exatamente como eu me lembrava, as cores revezando em tons de verde e branco, o forte cheiro de lavanda indicando a recém limpeza do lugar, trazia aquela mesma sensação de conforto.
Já faz alguns anos que eu não vinha pessoalmente a esse lugar, o medo desencadeado pelo trauma foi tão grande que preferi realizar minhas sessões semanais por ligação.

Claro que fiquei bem hesitante no começo para sair de casa sozinha novamente, mas meu pai insistiu tanto que acabei cedendo a sua vontade outra vez. Eu sabia que precisava mudar, então estava dando um passo de cada vez.

Assim que adentrei a sala, observei o rosto familiar da minha psicóloga e aquele sorriso carismático que ela costumava me dar sempre quando me via entrando, me sentei na poltrona cinza desbotada sem formalidades. encarei analisando o modo que a mulher sempre parecia jovem, os longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo e seu terno verde que combinava com o tom de seus olhos esmeralda.

Dr. – Bom dia, Akame, como está essa manhã? - A psicóloga perguntou. Movendo-se da sua cadeira na escrivaninha até o sofá à minha frente.

– Bem, obrigada por perguntar. – Respondi, dando um sorriso de confirmação.

Dra. – Da última vez que conversamos você disse que estava fazendo um novo progresso, qual foi? – Indagou.

– Sim, eu tirei carteira de motorista e agora estou dirigindo sozinha. – Contei entusiasmada. Eu não conseguia entrar em um carro, e quando consegui eu andava apenas com meu pai ou tio, e sempre cercada de seguranças. Foi um dos passos que resolvi dar para seguir em frente.

Dra. – Isso é ótimo, é muito bom ver esse esforço que está fazendo para superar o seu passado. - Comentou – E os seus pesadelos? Ainda são frequentes?

– Não, na verdade ainda estou tendo problemas para dormir.

Dra. – Os remédios que te indiquei não estão fazendo efeito? - Indagou.

– Um pouco, mas não quis usar regularmente, não quero tornar isso um vício já que quero superar tudo.

Ela fez uma pausa, adicionando isso em suas anotações.

Dra. – E ele? entrou em contato alguma vez? - Perguntou.
Abaixei os olhos e encarei em meu pulso o bracelete que ele havia me dado, enquanto me recordava de seu rosto. Não, desde aquele dia, nunca mais o vi.

Não tive uma resposta, nenhuma palavra sequer.

Madara havia se afastado de minha vida sem deixar vestígios, como se nunca tivesse existido.

– Não, ele não. - Sibilei.

No começo, pensei que ele voltaria, imaginava-o entrando pela porta e me envolvendo em seus fortes braços, dizendo que meus sentimentos eram recíprocos, mas isso não aconteceu. Foram dias, semanas, até se tornar meses, esperando por ele.
Procurei por qualquer informação que pudesse me dizer seu paradeiro, mas não encontrei nada, ele havia sumido como se fosse um fantasma. Obito me encontrou um tempo depois que Madara sumiu, me contou sobre seu relacionamento com Eloise me pegando completamente de surpresa, e me disse que também não sabia onde o Uchiha estava, pois o mesmo havia dispensado Obito de seu trabalho.

N̷a̷ M̷i̷r̷a̷ D̷e̷ U̷m̷ U̷c̷h̷i̷h̷a̷Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum