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𝖠𝖪𝖠𝖬𝖤 𝖲𝖤𝖭𝖩𝖴

Meu sangue parecia ter parado de correr em minhas veias, meu coração batia aceleradamente, o suor escorria frio por minhas bochechas. Minha garganta estava seca, e eu não tinha nenhuma força para gritar ou me mover.

Estava com medo, o pânico havia me dominado completamente.

Danzou – O que foi princesinha? O gato comeu sua língua? – Falou, o sorriso perverso permanecia em seus lábios enquanto ele me encarava fixamente.

Minhas mãos tremiam descontrolavelmente, abaixei meus olhos encarando o chão não conseguindo ter coragem o suficiente para respondê-lo. A quem eu queria enganar?não sou forte o suficiente para enfrentá-lo, nunca fui.
Passei anos da minha vida fazendo terapia, ouvindo médicos me dizerem que eu ficaria bem e que tudo já tinha passado, mas a verdade é que eu não fiquei bem, e nunca passou. Eu andava rodeada por seguranças, não fazia amigos e nunca tive um relacionamento. Ainda lembro-me do meu pai trazendo os filhos de seus amigos para a nossa casa querendo me fazer voltar a interagir.

Foram anos evitando o mundo, me escondendo e fugindo dele.

E quando achei que finalmente me veria livre desse medo, ele retornou. Meu pior pesadelo voltou, e não para me assombrar, mas para me matar.

Sua mão se aproximou do meu rosto, seus dedos enrugados e asquerosos tocaram minha pele, ele segurou meu queixo firmemente e o ergueu para si. Como se apreciasse o pavor em meus olhos, ele sorria largamente.
As lágrimas voltavam a brotar dos meus olhos, trazendo à tona aquela criança vulnerável e medrosa que um dia fui.

Danzou – Por malditos onze anos eu tive que me manter nas sombras, sem poder aparecer em revistas ou notícias – Ele rosnou, enquanto cuspia sobre mim suas palavras de desprezo – Preocupado, com medo de você me reconhecer e estragar meus negócios.

O aperto de sua mão no meu rosto ficou mais firme, seus dedos pressionaram meu queixo fortemente enquanto me forçava a encará-lo. Fechei meus olhos com força, me sentindo apavorada com os pensamentos sobre o que me aguardava. Danzou é imprevisível, totalmente impulsivo, e não dá para saber o que ele está pensando, só sei que não é nada bom.

Odiava os malditos clichês dos livros, por saber que nada daquilo era real. O mundo é cruel e ruim. Porém, parte de mim torcia para ser salva, não por uma divindade, ou por uma criatura mágica, mas por ele, por Madara Uchiha.

– Madara está vindo me buscar, ele vai achar a gente e matar você. - Murmurei sem forças. Ao menos era o que eu queria acreditar, precisava acreditar, era o único fio de esperança no qual eu poderia me agarrar.
Suas sobrancelhas arquearam e de repente ele se afastou, me soltando de seu aperto. Senti uma breve sensação de alívio, e pensei que estava livre até ver o sorriso diabólico que alargou-se em seu rosto sombrio.
Ele deu alguns passos ao meu redor, contornando a cadeira em que eu estava presa, enquanto gargalhava rouco.

Danzou — Seu querido Madara não vai te buscar, e sabe por que? - Fez uma breve pausa – Ele é o motivo de você estar em minhas mãos agora. Se ele tivesse se livrado de você como mandei você não teria que ver meu rosto outra vez, e teria uma morte horrível, mas tranquila.

Franzi o cenho completamente confusa, o que ele está falando não faz sentido algum pra mim.

Danzou – O que? Não sabia? Ele não te contou, não é mesmo? – O homem gargalhou outra vez – Seu queridinho Madara, é um assassino profissional, que eu contratei para me livrar de você.

– Está mentindo! - Sibilei, sem forças.

Não podia ser verdade, Madara me salvou naquela noite, ele me disse que queriam me matar e ele estava me protegendo. Afinal, foi por isso que fiquei na casa dele por tanto tempo, né? Ele é bom, foi bom para mim.

N̷a̷ M̷i̷r̷a̷ D̷e̷ U̷m̷ U̷c̷h̷i̷h̷a̷Onde as histórias ganham vida. Descobre agora