41 - MALUCA

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- Agora não tem como resolver nada, Felipe.

- Mano, você tem noção de que fomos curtir o réveillon lá na sua casa, pra matar o Dylon? - neguei consecutivamente com a cabeça.

- Eu sei... Eu...

- Você o que, Sandra? - respirei fundo, e agora, eu olhava com raiva pra toda aquela situação. - Agora, eu tô enterrando mais alguém, eu acho que é a única pessoa que morreu de causa natural na minha vida!

- Felipe, eu sei... Eu sei o que você tá passando.

- Você não faz nenhuma ideia. - meu tom foi frio, levantei do sofá um pouco transtormado. - Você tem uma vidinha mais ou menos, eu que tô na merda.

Fui até a cozinha, apoiei as mãos na mesa e pude sentir meu olho encher de lágrima.
Como é que o Patrick fez isso comigo? Como ele sabia desde o começo e deixou tudo isso vir parar nesse rolo de hoje?
Eu nunca poderia imaginar que fosse ele, que minha vida estava toda fodida por causa daquele merda... O pior de tudo, é me sentir esse bunda mole!

- Tá tudo bem. - me abraçou pelas costas e eu pude sentir o calor de sua barriga nas minhas costas. - Se não está, agora vai ficar.

- Eu podia ter matado ele, cara... Eu só não tive coragem. - limpei os olhos.

- Você não foi feito pra essa vida, Felipe. Bateu cabeça todos esses anos... - puxou meu braço fazendo com quê eu virasse pra ela. Agora, Sandra limpava meus olhos pra mim.

- E pra qual vida eu fui feito, se eu só sei fazer isso? - sei de ombros enquanto meus olhos ficavam fundos.

- Pra me conhecer? - ela deu um sorriso sutil. Como se isso fosse fazer sentido agora...

- A gente nunca daria certo juntos, se liga, delegada. - ergui as sobrancelhas e neguei com a cabeça.

- Então, me fala... Por que a gente dá tão certo?

Agora ela já tinha apelado pro meu outro lado. Confesso que estava apagado aquele lado, eu não estava pensando nisso, não até ela falar nisso!

- Porque... Porque, delegada... Você é uma cachorra. Você não sabe mesmo se comportar. - sua boca estava muito perto da minha, pude ter certeza que ela queria me devorar.

Suas mãos correram pelas minhas costas, eu acabei fechando meus olhos pra não correr o risco de cruzar aquele olhar maldito.
Mas não deu certo, mesmo assim eu senti sua boca úmida e quente na minha. O tão beijo esperando de saudade, aconteceu.
Imediatamente, agarrei sua cintura com sede, ergui seu corpo ao meu redor, dando o devido apoio pra Sandra não cair. Coloquei sua bunda enorme em cima da mesa e continuei meu serviço, me dedicando ao seu beijo gostoso.

- A gente vai transar aqui? - ela sussurava em meio aos meus amassos.

- Só cala a boca! - mordi seu lábio com um pouco de força e consegui ouvir seu gemido de dor.

Puxei sua blusa pra cima, com força, arrancando aquela camisa sem graça e dando vista total ao seu lindo sutiã. Amassei seus peitos com as mãos e ainda sim não larguei sua boca, que saudade daquele beijo!

- Que tal um carinho aqui em baixo, em delegada? - puxei seus cabelos da nuca pra trás, com força, separando nossas bocas. Finalmente! - Quero ver se você sabe brincar com um cacete direitinho!

Soltei seu cabelo devagar e pude ver os movimentos vagarosos de Sandra. Primeiro, ela desceu da mesa e ajoelhou nas minhas costas, me obrigando a virar pra ela novamente. Suas mãos fizeram um coque em seu cabelo loiro, enquanto seu olhar me fazia sentir um verdadeiro sortudo.
Aquela boca macia, encontrou meu umbigo num beijo molhado e me fez dar um gemido de felicidade, seguido por um arrepio.
Fiz um carinho breve em seu rosto, enquanto suas breves mãos abaixavam meu samba canção. Confesso, naquele momento eu já estava duro o suficiente, parecia que eu ia explodir!

- Isso mesmo... - mordia meu lábio com ódio, doido pra acabar com aquela enrolação e sentir o quente da sua boca.

Finalmente, tirou meu pau da cueca e fez uma massagem maravilhosa com aquelas mãos quentes. Era real, eu precisava relaxar...
A carícia começou pelas bolas e foi até a cabeça do meu pau, eu podia sentir minhas veias pularem em suas mãos delicadas.

- Vai, me chupa! - pedi nervoso e assim ela fez.

Soltei meu peso em cima da mesa, relaxando o corpo de uma forma insana e maravilhosa... Era assim, Sandra me trazia um milhão de sentimentos juntos, desde um carinho sútil até uma porrada no olho bem dada!
Em transe, fissurado nas sensações que Sandra podia me trazer, ouvi passos rumo a porta da sala, não tive tempo de esconder a cena.

- Então é isso? - Sandra deu um pulo rápido e eu tratei de guardar o pau duro de pedra dentro da cueca. - Então é pro Felipe que você corria todas as vezes? Eu li tudo... Eu vi tudo no seu celular.

Mas que porra a Bruna tava fazendo ali?!

- Bruna! - Sandra limpou a boca e eu só conseguia olhar ao redor tentando entender como aquilo estava acontecendo...

- Eu li tudo. - agora sua voz era de choro, os olhos repletos de lágrimas me partiu o coração. - Tudo... Desde o início.

Eita, porra... Era muita informação mesmo, até eu iria chorar se não soubesse da metade.

- Bruna, eu posso te explicar. - ainda com os olhos arregalados, tentei falar de forma sútil pra não parecer uma merda total.

- Quer me explicar o que, Felipe? - cruzou os braços dando de ombros. - Que tá comendo minha mãe? Disso eu já sei! - engoli seco a saliva.

Pois é... Se ela leu tudo, não tinha mais o que contar, que se foda então? Posso continuar a transar normal?
Não, eu não podia! O silêncio reinou, fiquei sem resposta e Bruna saiu marchando de volta pra onde ela não devia ter saído.

- Que merda, Felipe... Que merda. - Sandra agachou no chão com os dedos emaranhados nos fios de cabelo.

- Porra... Você também moscou, né delegada? Como que me esquece o celular em casa assim? Que presepada...

- O que eu vou falar pra ela?

- A verdade? - devo ter feito uma careta estranha.

- Porra, Felipe. Desde quando você entrou na minha vida, você só fez bagunça.

- Oh, porra... Espera lá! - aumentei o tom de voz. - Até agora tava aqui falando história bonita e me mamando, agora eu sou o pau no cu?!

- Vê se some. - ela se levantou e me empurrou.

Senti meu corpo ir pra trás até bater na cadeira de madeira, fazendo um barulho chato da fricção no piso.

- Você é maluca! MA-LU-CA! - berrei e soletrei. - Some você, porra. Eu fico te evitando mas você vem atrás, agora vê se aprendeu a merda da lição, delegada.

- Se eu pudesse, eu mesma te daria voz de prisão no primeiro dia em que te vi! - ela enfiava o dedo na minha cara. - Mas nem pra ser de maior e passar a eternidade na cadeia você serve!

Bati em seu dedo, fazendo com que abaixasse a mão do meu rosto. Enquanto isso, meu maxilar travava, como se eu estivesse mordendo a própria língua ou provando do mesmo veneno...

-Vai se fuder. - dei de ombros.

Sandra partiu pra cima de mim, ela gritava algumas coisas enquanto isso, tipo: você acabou com a minha família, tudo isso foi por sua causa, eu te odeio.
Sua mão pesada me dava o prazer de cada soco. Não tinha como eu revidar (e nem queria) mas juro por Deus que a tinha saído de si.
Só percebi isso, porque no meio da porradaria, ela começou a me beijar freneticamente.

Foi aí que eu percebi, realmente, essa mulher é MA-LU-CA!

EU VIM DA RUA - MC Kevin (Kevin Bueno)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon