Capítulo 49 -Na sua sombra eu posso brilhar!

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Bill arregalou os olhos em choque, as palmas das mãos ficaram úmidas, suas pernas ficaram fracas. Seu coração voltou a bater, mas dessa vez, em um ritmo frenético, que parecia imitar a velocidade de seus pensamentos.

Não podia ser.

Devia estar imaginando coisas.

É claro que estava imaginando coisas!

Não podia ser.

Não podia ser Kate.

A mente dele só podia estar lhe pregando peças. Isso sempre acontecia quando ele estava cansado ou estressado. E estava se sentindo de ambas as formas.

Pensava tanto nela, vinte quatro horas por dia, sete dias por semana, que devia estar vendo uma miragem.

Kate, no Brasil, junto com Jumbie.

Sim, uma miragem, louca.

Bill enroscou os dedos em torno da alça de sua bolsa, abrindo e fechando os olhos para clarear a cabeça. Ao abri-los, sentiu o coração parar de novo. Simplesmente não podia ser ela.

– Olá, Kate!

Foi a voz animada de Georg que trouxe Bill para a realidade.

–Georg... Nossa... Que saudade.

Ai, meu Deus. Era ela mesmo.

Ele viu Georg andar até ela e abraçá-la fortemente. Bill respirou devagar, se ajoelhando, pegou o pequeno cão do chão, Jumbie lambeu todo o rosto pálido do vocalista.

–Você não mudou nada – ele sorriu ao sentir a língua molhada do cão. – Continua uma bolinha de pelo.

– Bill - disse Kate com educação contida. - Tudo bem?

Os olhos cor de mel de Bill correram pelo corpo de Kate, delineado num vestido colante, e pararam por um instante na sua boca, antes de encontrar os seus olhos.

– Você está linda como sempre - ele disse parecendo em transe, como se ela não houvesse dito nada.

Kate sentiu um arrepio de emoção correr sua pele ao ouvir aquela voz grave e temperada com um inconfundível sotaque alemão. Ele havia mudado o corte de cabelo, estava um pouco mais magro, se isso fosse possível, mas também continuava lindo.

Seus olhos presos um ao outro.

O coração de Kate também batia de pressa, tentou dizer algo, porém, ficou receosa de que ele pulasse para fora de seu peito, nunca imaginou encontrar Bill, antes dos dezoito meses.

–Você também esta lindo, como sempre. – ela conseguiu dizer algo depois de segundos.

–É melhor a gente subir, acho que estamos atrapalhando a passagem das pessoas. – Georg disse percebendo que os dois estavam fora de órbita. – Vamos subir Kate – o baixista apertou o botão de seu andar - Gustav e Tom ficarão felizes em te ver. Pena que Sofia não veio ao Brasil.

–Falei com a mãe dela quando fui pegar Jumbie, estou morrendo de saudades dela.

–Esteve na Alemanha? – Bill perguntou.

Kate apenas balançou a cabeça em positivo, ainda havia uma bola de angústia presa em sua garganta. Quando a porta do elevador fechou, aquele silêncio monstruoso voltou a reinar.

Um século durou aquela viagem dentro daquele quadrado sufocante, chegariam a Tóquio, e não chegariam ao quinto andar. Os olhares se fuzilando, ela não podia respirar. E respirar era importante. Precisava respirar. Precisava de palavras. Precisava pensar em algo para dizer.

Sempre Sua | Bill KaulitzWo Geschichten leben. Entdecke jetzt