Capítulo 7 - Portugal e Arrependimentos!

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Entrei na sala, depois de um longo banho olhando no relógio, novamente, pela vigésima vez, eram 22 horas, o show em Portugal começaria em poucos minutos, sentei-me no sofá e olhei mais uma vez para o meu celular, para minha surpresa tinha uma mensagem de chamada não atendida, fixei meus olhos no visor e a dúvida me consumiu, duas vozes gritavam dentro do meu cérebro.

"Liga Kate!" - e a outra duelava me trazendo de volta a realidade: "Não liga Kate!"

Depois da nossa conversa ao telefone, naquela tarde que Gustav me trouxe para casa, dois dias atrás, não nos falamos mais, nem por telefone, com certeza Bill estava bravo ou mesmo desapontado com minha decisão de não acompanhá-lo para Portugal.

Eu não havia passado na entrevista. Bill com certeza adoraria essa notícia, talvez tivesse sido praga dele, mas chorar o leite derramado também não era um dos meus adjetivos, sem emprego e sem Bill, por mais que minha saudade apertava em meu peito, uma certeza eu tinha, a decisão de não viajar, tinha sido a mais coerente, e não me arrependia.

O que estava feito, estava feito!

Ou não... Peguei o celular rapidamente em cima da mesinha de centro, como se estivesse com medo de ser advertida por alguém, disquei o número, depois de três toques, ele atendeu.

-Alô? – A voz que atendeu, não era dele – David? Bill está por ai?

-Sim!

Houve um silêncio.

-Oi, Kate!

-Bill... É você? A sua voz? – eu perguntei. - O que houve com ela?

-Minha garganta! – Bill disse baixo, triste.

-Está com dor de garganta?

-Sim... Mas não deve ser nada! – ele mal conseguia falar.

-Mas você irá se apresentar dessa forma?

-E por que não?

-Por que você não tem voz, isso não basta?

-Um médico está vindo para cá e depois de medicado, subirei no palco e cantarei.

-Pretende fazer mímica em cima do palco? - eu disse friamente.

-Eu vou cantar! – disse logo após pigarreando.

-Desse jeito?

-Sim! – ele foi ríspido.

-Falar com você é como falar com a parede! – bufei, vendo que ele não mudaria de idéia tão facilmente.

-O que espera que eu faça? – Bill perguntou num tom baixo de voz

-Cancele o show!

-Gosto do seu senso de humor, Kate! – Bill sorriu sem vontade.

-Eu não estava tentando ser engraçada – disse séria – Cancele!

-Isso seria inadmissível... – Bill suspirou longamente e depois sussurrou. -Não posso decepcionar os nossos fãs dessa forma.

-Não vai decepcionar, apenas adiará é muito diferente! – Eu expliquei, já sem paciência. –Remarque esse show!

-Não posso e não vou! – ele disse com muito esforço

-Se eu estivesse aí não deixaria você cometer esse absurdo. – disse brava

-Se você estivesse aqui talvez eu não estivesse com tanto medo.

Justamente a frase que temia ouvir. Droga!

Eu não consegui responder nada de imediato. Ele dessa vez, tinha razão. Eu devia estar ao lado dele naquele momento o impedindo de subir no palco e impedir que ele tornasse a tragédia maior, mas estava longe e com as mãos atadas.

Sempre Sua | Bill KaulitzOnde as histórias ganham vida. Descobre agora