Capítulo 38 - Dove.

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Poderia ter passado o dia seguinte dormindo, se não fosse à campainha do meu apartamento tocando incansavelmente. Levantei da cama tropeçando, assustada corri até a porta e olhei no olho mágico.

–Não pode ser! – meu coração apertou, sem demora, eu abri a porta, achando que aquilo era uma materialização de uma alucinação. – O...o que faz aqui?

Sem esperar um convite, a alucinação entrou no meu apartamento e ela mesma se encarregou de fechar a porta atrás de si.

Deixando-nos a sós...

–O que está fazendo aqui? — eu perguntei com voz transtornada.

– Estava dormindo? – ele me perguntou, ignorando minha pergunta.

– Sim. - eu disse ainda sem acreditar que ele estava ali, na minha frente. Passei a mão nos meus cabelos despenteados. – Vai me dizer o que esta fazendo aqui, ou vou pedir que se retire. – eu o ameacei com a voz firme.

–Soube do seu acidente, David me contou. – ele estava calmo.

– Estou viva, é só isso? – minha voz saiu baixa, olhando-o, estava de calça jeans preta e uma camiseta vermelha, com os cabelos com dreads soltos. Estava lindo. – Se for, tchau!

–Trouxe nosso café da manhã. – ele levantou a cesta que estava em sua mão.

–Nosso? – eu respondi, arqueando uma sobrancelha, sem desviar meus olhos dos dele.

– Não quer se arrumar antes de sentarmos?

Eu não me movi, ele se moveu até a mesa e colocou a cesta sobre ela, notando que eu ainda continuava parada, no mesmo lugar, ele sorriu e falou:

– Esta esperando ajuda para se trocar? - ele sorriu.

"Filho de uma... ele sabia como sorrir"

– Eu já volto. – eu disse séria, sem querer demonstrar que estava trêmula e nervosa com sua presença e com seu sorriso docemente diabólico.

Segui até o banheiro, tomei um banho rápido, coloquei uma blusa básica branca, com um shorts jeans confortável, penteei meu cabelo num rabo de cavalo, muito simples, passei um gloss e me olhei no espelho.

Por que ele estava em sua casa? Eu queria que ele me deixasse em paz, me deixasse seguir minha vida e que sumisse da sua vista uma vez por todas.

Sim, ela falaria isso para ele quando chegasse à sala. Colocaria para fora da sua casa, da sua vida. Para sempre.

Quando entrei na sala, a música instrumental tocava no ambiente, em volume baixo, a mesa estava posta e muito bem arrumada com vários tipos de pães, patês, frutas, um bolo de chocolate, um bule e uma pequena jarra, com suco de laranja. No centro, um vaso pequeno e estreito, com uma rosa amarela e laranja, como as que ele sempre me entregava nos hotéis quando ainda namorávamos.

Meus olhos saíram da mesa e correu para ele, que estava sentado, quando me viu, levantou-se e sorriu, de novo, daquela forma, fazendo meus ossos trincar e um frio percorrer meu corpo, por mais que eu tentasse conter esse tremor, ele insistia em me parecer idiota e fraca.

"Um ponto para você, Bill! Eu pediria para ele sair da minha vida e me deixar em paz... Sim, eu pediria, mas depois!"

–Desculpe a minha aparência, ontem não foi um dia fácil para mim. – eu expliquei, com um sorriso fraco.

Ele caminhou até onde eu estava, segurou minhas mãos, levou até os lábios e as beijou, quando sua boca quente tocou minha pele, meus pêlos da nuca criaram vida própria.

Sempre Sua | Bill KaulitzTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang