Capítulo 44 - A última carta de Annette.

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Quem será essa hora da noite? – ele perguntou franzindo a testa.

–Não sei, ninguém foi anunciado no interfone.

–Será que exageramos nos gritos? – Bill disse sério.

–Será? – eu respondi medrosa – Fique aqui que eu já volto.

Sai do banheiro, a campainha tocava sem parar, como se a pessoa estivesse desesperada.

–Já estou indo! – eu gritei e apertei os passos, o barulho ecoava pelo apartamento inteiro. – Quem é? – eu gritei sem ter tempo de olhar pelo olho mágico.

– Abra a porta! – a voz pediu abafada do outro lado da porta, e então se identificou impacientemente:

É a Jill!

Eu estanquei com a mão na chave para abrir a porta. Congelei.

–U-um minuto. – eu gaguejei – Só um minuto.

O que eu faria? A garota que queria me matar estava na minha porta, eu precisava acertar as contas com ela, mas eu estava sozinha, com Bill, sendo que ela não podia ver ele ali... Eu estava sozinha.

Meu coração estava disparado e tentava pensar friamente diante do meu medo.

–Kate!

–Bill!! - eu fechei os olhos e coloquei a mão no coração, assustada. – Quer me matar?

–O que foi? - Ele sussurrou – Quem é na porta?

–Jill! – eu sussurrei.

A cor do rosto do Bill também sumiu, ele se calou e da mesma forma que eu, ficando sem saber o que fazer.

O som da campainha tocou alta nos assustando, nos olhamos e continuamos em pleno silêncio. Se a situação não fosse tão trágica, seria cômica.

–Vai lá para dentro, ligue para o David peça a ele que nos ajude que traga dois seguranças, eu vou tentar ganhar tempo.

–Não vou deixar você sozinha. – Bill fez uma careta, ainda sussurrando.

–Bill, vai! - eu o empurrei em direção ao quarto - liga para o David... Não há nada que podemos fazer, tenho que saber o que ela quer comigo, não podemos viver assim pra sempre.

Bill segurou meu rosto com as mãos, que estavam frias e tremulas e beijou meus lábios, com o celular em mãos, discando para David, seguiu para o meu quarto.

Respirei fundo, fechei mais meu robe e por fim abri a porta.

–Kate? – a voz rouca perguntou.

–S-sim. – eu a olhei e perguntei – Você não é a Jill?

–Sim, sou a Jill. – a figura baixa, com ar de sofrimento se apresentou. – Desculpe tocar a campainha dessa forma e a essa hora da noite. – ela sorriu sem jeito – Klaus disse que queria falar com o pai da Annette e fiquei desesperada para conversar com você, não podia esperar nem mais um dia, nem mais um minuto.

–Desculpa, mas não conheço nenhuma Annette. – eu a olhei franzinho a testa.

Quem era aquela louca? – eu pensei sentindo-me cada vez mais confusa.

– Você conheceu minha filha, a Jill! – a mulher falou – Por algum motivo ainda desconhecido por nós, Annette mentiu dizendo a todos deste prédio que o seu nome era Jill. – a mulher estendeu o braço, oferecendo a mão pequena. - Sou a mãe de Annette e o meu nome é Jill.

Sempre Sua | Bill KaulitzOnde as histórias ganham vida. Descobre agora