Capítulo 19 - Sagrada

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Nossos olhares se prenderam, o dele havia um ponto de interrogação, sua testa estava franzida e seus lábios entreabertos como se quisesse falar ou perguntar algo. Nada foi dito, por segundos.

-Bill! - Era algo para ser dito em voz baixa, mas que saiu de meus lábios, quase que como um grito.

Ele não se moveu, nem um centímetro.

Fui eu que dei três passos e coloquei meu joelho na cama e ainda com meus olhos presos aos deles, me deitei ao seu lado, no travesseiro sem tocá-lo.

Nossos corpos deitados na mesma cama, de lado, lado a lado.

A face de Bill estava próxima a minha, sua respiração batendo de leve em meu rosto. As batidas de nossos corações era o único som naquele quarto.

Então, ele suspirou profundamente e baixou seus olhos, como se não pudesse falar e me encarar ao mesmo tempo.

- Pensei que não voltaria mais. – Bill mantinha os olhos fora dos meus. – Já ia partir e pensei que não nos veríamos por...

-Bill eu...

-Por que voltou? – Ele perguntou interrompendo-me novamente.

Seu olhar fixou nos meus enquanto eu esperava pela próxima atitude dele, que não veio. Então foi a minha vez de respirar fundo e começar a falar.

- Gostei do jeito que tratou Dean. – sorri sem jeito - Eu gosto muito dele, fomos criados juntos, somos muitos parecidos e nossas famílias eram muito amigas. - A face de Bill não mostrou nenhuma reação – Todos esses dias em que estive com ele foram como voltar a minha infância, como se eu pudesse me livrar de preocupações, tristezas e lembranças ruins, estar com ele é como ser criança outra vez.

Ao ouvir minha última frase, Bill piscou como se quisesse afastar o brilho que as lágrimas formavam em seus olhos cor de mel, seu olhar era profundo e seu rosto permanecia com uma expressão dolorida.

- Entendo! – Foi a única palavra que ele murmurou.

Eu o fitei por um longo minuto, ele estava realmente sentido e triste pela minha proximidade com Dean, mesmo que eu gastasse toda minha saliva dizendo que nada aconteceria entre nós, aquilo não conseguiria tirar aquela expressão de angustia e dor dos olhos dele.

Bill permanecia calado, com os olhos presos ao meu, eles eram pesados e estavam molhados e era visivelmente como se ele lutava para não deixar nada, sentimento nenhum, ser liberado.

-Ele é muito importante para mim - Eu continuei - Mas ele é apenas um amigo, meu melhor amigo.

- O que vocês fizeram? Onde foram?

- Nós fomos ao parque, fizemos picnic, e depois visitamos alguns pontos turísticos de Hamburgo. – eu respondi sincera - Nada demais.

- Nada demais? – ele sorriu fraco – Isso é tudo que eu sempre desejei fazer com você Kate, mas infelizmente nunca poderei.

- Bill eu... – ele me desarmou ao falar aquelas palavras - Eu sei que não podemos fazer por enquanto, eu sei que se pudesse você o faria e hoje eu sei o quanto isso dói mais em você, do que em mim. – Pela primeira vez tentei uma aproximação de nossos corpos – Mas se isso te consola, eu pensei em você o tempo inteiro enquanto estive em todos esses lugares.

- Pensar em mim é suficiente?

- Não, nunca é, mas quando eu não tenho você por perto, meus pensamentos são meu único consolo. – Eu toquei seu rosto com as pontas dos meus dedos.

-Não! – ele me olhou com uma pontada de raiva, afastando seu rosto do meu toque – Eu quero ser muito mais do que isso para você, Kate! – Bill franziu a testa – Quero sua confiança, seu respeito, quero você... Sem reserva, sem exceções...

Sempre Sua | Bill KaulitzWhere stories live. Discover now