Tadaima

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Quando percebi, se passaram três semanas desde que Toji chegou na Grécia.

Depois da luta com Corvo, Taleyah revirou o país atrás do carniceiro. Ele havia desaparecido por completo. Meu novo guarda-costas disse ter deixado o homem numa situação de quase vida, e supôs que mesmo com a técnica de reversão ele teria um pouco de problema para se curar. O fazendo precisar de um tempo longe do trabalho para isso.

Como estrangeiros, existe um limite do quando podemos nos defender com jujutsu em outro país e nos manter como visitantes. Após muito pensar, e uma viagem de avião ridícula, voltei a pisar na terra do sol nascente.

A quantidade de energia amaldiçoada no aeroporto, e no Japão como um todo, me acertou como um soco. Comparado com a Europa, e o mundo, a aura jujutsu no berço precursor é muito mais intensa.

— Achei que levaria um pouco mais de tempo para ver vocês — um homem parecia nos esperar no estacionamento. Ele vestia um terno e tinha os cabelos curtos junto de um bigode, mantinha um cigarro entre os dedos e uma feição neutra.

— Pois eu senti sua falta — Cérbero disse, colocando malas num carro. Mostrando claramente ser alguém familiar.

O desconhecido jogou o cigarro na guia da calçada, apagando com a ponta do sapato e soprando o resto da fumaça que estava nos pulmões para cima. Constatando o meu olhar clínico sob sua figura se curvou levemente.

— Shiu Kon — se apresentou —, é um prazer a conhecer, [Nome].

Ouvi de Cérbero um relatório completo das suas aventuras com Toji, tal qual Don Quixote e Sancho Pança, o insano e seu fiel escudeiro. Então, sabia que aquele homem era o ex-detetive coreano que negociava os maiores contratos do submundo. O intermediário entre o fim do reinado de Mundi e os novos senhores.

— Ouvi muito sobre você — apontei, não necessariamente me fazendo amigável com sua presença.

— Espero que coisas boas — o homem parecia esperto, deu um passo para trás, aumentando a distância entre nós, entendendo que não confiava na sua pessoa.

— Você não viria até aqui se não fosse te colocar alguns milhões na conta, o que quer? — Toji questionou.

Taleyah levantou a mão roubando a atenção para si — Na verdade, o assunto é comigo.

Dessa vez Tale não escondeu de mim seus planos para quando retornasse ao Japão, porém, não disse com todas as letras quem era seu novo cliente. Tudo que me contou foi que teria uma reunião de extrema importância.

Toji segurou a cabeça dela com uma única mão, a virando em sua direção como se fosse uma boneca. — Hã? O que quer dizer?

A garota levantou as duas mãos segurando seus pulsos, mal conseguindo fechar os dedos

— Ai, Ai, Ai! — reclamou de dor — Perséfone quer me contratar para um serviço. É só isso! Kon veio me buscar como parte do acordo.

— O que aquela mulher quer com essa pirralha? — ele se virou de novo para o coreano, dando uma ênfase específica em duas palavras.

— Fui pago para fazer o transporte, não questionar. Então, por favor solte a minha entrega.

O homem soltou Taleyah um pouco contra a vontade, ela esfregou a cabeça com lágrimas nos olhos. Olhei para o chão um momento e em seguida andei em direção ao porta-malas aberto colocando dentro minha mala de mão.

— Se é assim, é aqui que nos separamos.

— [Nome] — ela me chamou e quando me virei fui surpreendida com um abraço. Sua cabeça pousou sob meu coração enquanto os braços finos circulavam com delicadeza a minha cintura —, vou te encontrar depois que terminar.

Selcouth - ( Toji Fushiguro x Leitora)Where stories live. Discover now