Selcouth - ( Toji Fushiguro x [Nome])

Valorosa

* capítulos pela visão do Toji, a partir de agora serão em 3rd POV *

Toji seguia o homem com desinteresse e desprezo. Não tinha a menor vontade de falar com qualquer um deles, fosse alguém que um dia chamou de irmão ou aqueles velhos que se achavam na posição de mandar em alguém, ainda tinha os cabelos molhados pelo suor do treino e impressão das mãos de [Nome] ainda estavam em sua pele.

Na ponta dos dedos podia sentir a sensação da pele quente da mulher, cintilante pelos raios do sol refletidos no suor e granulada pela poeira que se ergueu do campo durante seu treino. Se fechasse os olhos podia visualizar os músculos contraídos, as orbes atentas aos seus movimentos como um lince esperando por uma chance de atacar, a respiração rápida entrecortada por grunhidos e pequenas palavras ou exclamações.

Saber que tudo aquilo estava longe de seu alcance só fez Toji odiar ainda mais a situação, e se preocupar levemente com o que deixou para trás. Não tinha dúvidas que [Nome] podia se virar contra a unidade Kukuru, mas a velha e as duas pirralhas nem tanto, mas também não é como se ele tivesse muito o que fazer.

O caminho foi tortuoso e silencioso, até chegar a casa principal recebeu todo tipo de olhares; de desprezo, de nojo; de inferioridade. Cada um só o lembrava cada vez mais do porque querer sair dali tão rapidamente.

Quando encontrou com os velhos não se deu ao trabalho de os cumprimentar como as regras mandavam só perguntou com uma voz seca e sem rodeios quais eram suas intenções.

-Como tem coragem de se apresentar dessa maneira? - Ogi perguntou com uma careta que deixava seu rosto retangular e comprido ainda mais feio.

Toji coçou a lateral da cabeça sequer lhes direcionando o olhar - A culpa é de vocês por me interromper no meio de algo. Digam logo o que querem.

Claro que os homens odiavam aquela sua atitude cínica e desrespeitosa, mas ainda reconheciam sua força de alguma forma. Ele mesmo esperou receber algum sermão, mas os velhos pareciam estar direcionando suas forças para outro lugar, e isso fez Toji ficar inquieto. Sentia que dessa vez não estava ali para falar somente dele.

-Ainda mora em nossas terras, tenha algum respeito moleque.

-O que espera? Que eu ajoelhe e agradeça pela misericórdia? - perguntou com um tom sarcástico enquanto debochadamente usava o dedo mindinho para coçar sua orelha.

-Você deveria ter sua língua cortada.

Assim que essas palavras deixaram a boca de Jinichi um sorriso largo, ácido e sádico se abriu no rosto de Toji - Eu gostaria de ver você tentar fazer isso, quem sabe mais uma cicatriz conserte esse seu rosto feioso.

Seu irmão se moveu num instante mas Toji não se mexeu. Logo os berros de basta de Ogi preencheram o quarto, sempre foi mais rápido e com uma visão melhor do que seu irmão mais velho, então soube por sua posição que ele não o acertaria de verdade, nem se quisesse realmente o ferir.

-Por mais que suas atitudes seja desagradáveis e dignas de punição não é o motivo desse encontro. - continuou o mais velho dos três irmãos da família principal, e seu tio. - O chamamos para falar de sua esposa.

-O que tem ela? - manteve a voz com o tom relaxado, embora a surpresa fosse maior, o que queriam com [Nome]?

-Por mais que aquele pai imprestável dela tenha se recusado a falar, vendendo a garota como uma esposa perfeita e obediente. Descobrimos sua técnica e suas atividades ilegais.

-Meus parabéns.

Naobito bateu a mão no chão com raiva, aumentando o tom de voz num instante - Não me teste Toji não está em posição de fazer gracinhas. Ou aquela coisinha que você chama de mulher vai ganhar um outro fim.

O mais velho percebeu a confusão nos olhos de Toji e tomou a brecha para continuar, dessa vez armando seu próprio veneno para contra-atacar. - Não me diga que se afeiçoou em tão pouco tempo? Ou é o que ela tem no meio das pernas que você está atrás?

Ele não podia simplesmente retrucar, não podia demonstrar aos homens que tinha um mínimo de sentimento misterioso em relação a mulher. Então que eles tirassem suas próprias conclusões tortas.

O chefe da família Zenin gargalhou alto, uma risada suja que mais parecia vir de um animal prestes a ser abatido - Bem, não me importa. É até bom, quem sabe saia algo de bom de vocês, na verdade é exatamente o que esperamos.

Toji franziu o cenho, não entendendo a súbita mudança no tom da conversa - Como assim?

-Possessão de Yokai, a natureza da energia amaldiçoada dela é uma bem rara de se ver. - e continuou fazendo questão de olhar o mais novo nos olhos - Acreditamos que existe um potencial para uma técnica herdada, uma que não aparece em gerações.

Soube imediatamente onde ele queria chegar, se surpreendeu quando soube de Kiran a primeira vez , mestre de maldições eram comuns. Mas ter alguém controlando e fazendo contratos com outras criaturas era incomum e extremamente valorizado, talvez nem mesmo [Nome] tivesse conhecimento dessa informação.

-Um usuário das Dez Sombras - disse sabendo exatamente o fim daquele discurso - Você já foi mais inteligente, acha mesmo que alguém tão poderoso viria de duas falhas como nós? Será que o saquê já afetou a sua capacidade de raciocinar velho?

-Pode ser um desgarrado Toji, mas não é burro - rebateu - Se considere privilegiado por receber uma oferta, e não ser expulso daquilo que você chama de casa enquanto arranjamos isso de outra forma.

O mais novo se perguntou se a moral deles era tão baixa a ponto de forçar uma gravidez em alguém por ganância, na esperança de galgar poder, enquanto isso as palavras que disse anteriormente voltaram a sua mente. Uma parideira de herdeiro fortes, era exatamente o que eles queriam

Não disse mais nada, apenas se virou e saiu mesmo aos chamados de retorno, sabia que nenhum deles se atreveriam a vir atrás e a mensagem já estava dada de qualquer jeito.

Toji nunca se imaginou... Pai, ou tendo uma família própria. As experiências que teve durante seu crescimento já arrancavam de seu peito qualquer vontade, ninguém devia vir ao mundo para sofrer como ele sofreu ou até mesmo Suyen e [Nome]. Não queria colocar mais uma vida em forma de peão no tabuleiro de jogo que era a sociedade jujutsu e sua hierarquia defasada e egoísta.

De igual forma não nutria sentimentos românticos por sua parceira, desejo sim. Um sentimento carnal guiado pela luxúria, mas não amor. Não se lembrava de ter um dia se associado a tal sentimento, teve amantes que proclamaram a ele tais palavras de maneira vazia durante o êxtase de uma madrugada fria.

Toji até duvidava se tinha a capacidade de sentir um sentimento tão profundo como esse tal de amor que era inspiração para os poetas e servia de musa para os artistas.

Respirou fundo erguendo os olhos para o céu matinal já completamente iluminado, não estava com vontade de lidar com esse assunto já tendo os seus próprios para resolver. Incluindo entre eles seu trabalho mais recente, que dado as circunstâncias dos últimos acontecimentos se tornou um pouco mais problemático do que previu.

Pelo menos tinha um lado bom, poderia aumentar o preço.

N/A: Bom dia bom dia bom diaaaaaaaaa!

É isso aí, quem supôs essa ligação entre as técnicas parabéns!

Toji vai aumentar o preço porque exatamente? Vamos descobrir!

Até mais, Xx!