Rosa e o Assassino

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Um total de seis grampos foram usados para fechar o corte, e um terço da garrafa de bebida alcoólica para aguentar tudo e não matar o paspalho do Toji no meio do caminho. Pelo menos depois da tortura consegui me limpar apropriadamente com a ajuda de Taleyah, a pequena hacker também descartou os curativos antigos e limpou os rastros deixados no chão dos cômodos.

Todo o evento aconteceu nas primeiras horas da manhã, mas mesmo assim parecia ter durado um dia inteiro. As faixas imobilizavam a cintura me ajudando a andar pelo apartamento sem precisar me arrastar, o corte na mão não estava ruim então foi preciso apenas fazer a troca por bandagens limpas.

— Pinxie — chamei a garota que estava me seguindo como uma sombra assustada, não deixando que saísse de seu campo de visão nem por um segundo — Ele não vai fazer nada com você.

— Mas ele trabalha pro Mundi. — a resposta veio como um sussurro — Ou trabalhava, não sei bem ao certo, mas tinha o contado dele naquele celular que você me trouxe.

A garota tinha razão, conhecendo as coisas no submundo jujutsu como são existia algo que ligava o chefão a mim, mesmo antes da bagunça de Taleyah entrar em cena. Dragon foi contratado para me matar e Toji para matar ele. Pensei em algumas opções: quem contratou Dragon é rival de Mundi e por algum motivo a minha vida valeu algo no esquema; ou ele supôs que a maldição fora o suficiente para me matar e o meu antigo contato era apenas uma ponta solta a ser eliminada.

Essas malditas tramas se entrelaçando estavam me dando nos nervos, apenas questionamentos, informações soltas e não havia a merda de uma resposta.

— Ei! Toji, você pretende arrancar o coração de Taleyah e entregar pro Mundi?

Da sala, onde o homem estava, o vi virando para encarar a menina que se escondia atrás de mim. Nervosa, ela chegou até a puxar minha camisa para baixo reclamando baixo sobre minha fala.

— Por que eu faria isso? Não é problema meu.

Me virei e coloquei as mãos nos ombros da mais nova — Viu, não tem nada para temer além da cara feia dele. Agora vá, faça amizades!

Não poderiam realmente me culpar por estar de mau-humor, parece que não tive um único momento de paz em semanas. Apoiei no balcão da cozinha mantendo a cabeça baixa, minhas mãos trêmulas e frias. Precisava colocar algum alimento no estômago antes que aconteça mais alguma desgraça caída do céu.

Se eu pego o imbecil que está tecendo o fio da minha vida, com certeza desço-lhe a porrada.

Abri um armário onde estoquei comidas instantâneas, e coloquei água para ferver. Estava longe de ser uma refeição ideal, principalmente depois de todo sangue — meu no caso —, que fora derramado, teria de servir.

Na cabeça, listava todos os problemas que tinha a resolver e o processo até eles. Minori e Amarate na escola jujutsu em Kyoto, poucos dias me separam do suposto encontro, logo era a minha prioridade. Depois disso Tale e Mundi, por último a maldita recompensa pela minha cabeça. Embora tenha fortes convicções de que tem o dedo podre de minha irmã nessa solicitação também.

Hatsu e as meninas estavam a salvo e longe dos Zenin, então por hora não precisava me preocupar com isso.

A 'garota rosa', como Kiran a chamava, se sentou na frente de Toji após tomar um pouco de coragem. Parecia ser uma interação interessante de se observar, então me mantive quieta.

— Então... Você realmente não entrega os corações de seus alvos para o seu chefe, ou se banha no sangue e entranhas deles?

O rosto de Toji se contorceu, e quase me deixei rir. Na boca mordi a língua para não interromper um breve momento de entretenimento.

Selcouth - ( Toji Fushiguro x Leitora)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora