Capítulo 2 - Início... O Fim da espera!

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Minha tia vinha quase sempre me visitar e assim passávamos longas tardes em conversas animadas enquanto ela me contava sobre suas amigas e os eventos nos quais nunca faltava.

Ela era a única com quem podia conversar sobre tudo, mesmo antes da morte de meus pais. Havia algo em tia Abby que eu não conseguia explicar, ela não precisava me ouvir para saber o que estava passando comigo, bastava apenas me observar.

- Está silenciosa hoje. – sorriu enquanto servia-me mais uma xícara de chá. – Mais do que de costume!

- Só estou cansada. – respirei levemente. –Cansada de esperar.

- É muito jovem para isso querida. – segurou minha mão entre as suas e me olhou brevemente – Há coisas nesta vida que não podemos esperar, o amor é uma delas. - Tia Abby sorriu para mim uma última vez antes de me deixar sozinha com meus pensamentos outra vez.

Naquela noite eu não dormi nem por um segundo, decidi que iria procurá-lo no outro dia, eu estava disposta a saber se o que aconteceu aquela noite havia sido perceptível aos seus olhos também.

Queria saber como se sentia em relação a mim. Mas quando o dia amanheceu não precisei ir muito longe para ter emfim uma resposta.

Havia duas mensagens em meu celular. Era Andrew, ligando-me para avisar que havia dado meu número para David, mas que não sabia sobre qual assunto isso estava ligado. E por fim David pedindo-me para que eu confirmasse meu novo endereço com ele, para que pudéssemos ter outra conversa sobre o centro musical, ele queria me encontrar pessoalmente naquela tarde e pedia que eu o respondesse com certa urgência assim que possível.

E claro, eu assim o fiz, mesmo antes de levantar da cama, David já tinha meu endereço em mãos e nosso encontro estava marcado para a tarde e isso me deixou completamente animada, por que eu tinha outra vez a chance de ter Bill perto de mim, e naquele momento eu tinha certeza de que David não me negaria isso.

Quando enfim o horário de nosso encontro chegou, eu não pensava em outra coisa a não ser em como faria para que David me levasse até Bill, ou para que me desse o número de seu telefone. Eu estava completamente nervosa, como jamais estive.

O interfone tocou, e então David perguntou se eu poderia descer para encontrá-lo, pois não poderia subir ao meu prédio. Respondi que sim e logo que desci me pediu para que entrasse em seu carro.

- Não se preocupe, sei que estou parecendo estranho, mas terá de me acompanhar até o centro. – Disse ligando o carro.

- Tudo bem. – respondi nervosa.

- Andrew não lhe contou? – começou a falar novamente.

Eu acenei positivamente com a cabeça, tentando parecer menos nervosa e principalmente mantendo minhas expectativas apenas para mim, já que não fazia ideia do que David estava falando.

David ficou calado o resto do caminho, apenas ria algumas vezes enquanto me olhava.

Eu não me lembrava perfeitamente do caminho que nos levaria ao centro, mas eu sabia que não era aquele e só tive certeza, quando paramos enfrente a sua casa.

- Sei que não estamos no centro, mas, por favor, não fique assustada, eu não consegui pensar em outra maneira de convencê-la a vir aqui se não fosse assim. – diz preocupado.

- Estamos em sua casa? – o olhei. – Por que me trouxe aqui?

- Há alguém. – riu enquanto coçou a cabeça sem graça. -Alguém que quer muito ver você.

Eu pensei em questionar, mas temi ser precipitada.
Ele caminhou para dentro de casa, deixando-me em seu jardim, pelo qual caminho calmamente tentando não criar expectativas, mesmo quando meu coração deu sinais de uma certeza jamais sentida.

Toquei as flores, senti seus cheiros e aromas, elas me acalmaram, olhei ao longo do jardim e vi alguém, um homem, um menino, ele estava de costas, parecia ter algo em suas mãos. Caminhei para perto dele e o vi segurando uma rosa. Uma rosa em tons laranja e amarelo, a minha favorita. Ele virou para frente e então eu o encarei, na verdade nos encaramos.

- Você está aqui. – disse e eu continuei o olhando, ele sorriu.

Estava sem maquiagem, muito diferente daquele dia em que lhe conheci, mas de alguma forma eu prefiro assim.

- Queria que você me visse como sou. – se aproximou e eu me afastei instintivamente. – Isso... Isso é pra você. - aproximou à rosa de minhas mãos e eu a abri para recebê-la.

Olhei para ela durante um longo minuto, procurando palavras que não encontrei, ele continuou sorrindo embora parecesse nervoso. Levantei minha cabeça e o encarei sorrindo de volta.

- Eu esperei por isso durante dias... – Digo finalmente com a voz embargada.

- Eu esperei por isso toda a minha vida. – E ele responde, me fazendo sorrir .

E então diminuímos o espaço que restava entre nós, abraçando-nos enfim. Quebrando aquilo que teimou em nos separar até aquele momento... A espera.

Sempre Sua | Bill KaulitzWhere stories live. Discover now