— Não é um assunto a se falar em um tribunal, tem pessoas aqui e não é nada agradável. - Meu pai me olhou com o olhar de decepção e um tanto de raiva.

— Só queremos a guarda da minha filha, Anne. Não posso deixar minha filha mais nova ficar com ela, se a conhece sabe que ela é capaz de qualquer coisa pra chegar ao luxo, sabe muito bem. - O juiz nos olhou.

— Desculpa me intrometer novamente, mas meu pai merece ter não somente a guarda da Anne, mas também o que ele conquistou com o suor dele e que minha mãe roubou com os namoricos dela. - Ao dizer isso meu pai não fez nada, apenas baixou a cabeça e o juiz me encarou.

— Você tem razão. - Eu olhei pra ele estranhando.

— Eu tenho! O justo é sempre o justo, você se deixou influenciar, não te julgo por isso,  mas sim o que fez com meu pai. Deixando tudo pra minha mãe, que não vê um palmo a frente do nariz. - Meu pai me olhou e eu me calei.

— Escreva uma intimação, Marconi. - Disse o tal juiz ao escrivão que estava na sala - E nela descreva o comportamento impróprio de Hellen Moraes, conste o tratamento que tem com suas filhas que é péssimo e humilhante e ordene que ela não volte a ver dentro de um período de meses a filha mais nova Anne Moraes. Intime também que os bens voltarão para o seu ex-marido para que ele possa sustentar as filhas, as empresas, a casa também.  E dê um prazo para que ela deixe. - Eu e meu pai nos entreolhamos com essa ordem dele, juro que não esperava isso daquele homem.

— Posso fazer uma pergunta? - Perguntou meu pai e ele o olhou.

— Sim.

— Faz isso de coração ou por vingança? - Perguntou meu pai e ele o olhou.

— É o justo. - Afirmou e o tal marconi digitou e imprimiu.

— Pronto senhor, pode carimbar. - Então o escrivão entregou a folha ao juiz e ele assinou.

— Vou mandar um oficial entregar essa mesma intimação a Hellen. - Disse o juiz nos olhando e o escrivão fez umas 4 cópias.

— Vem pai. - Nós dois saimos da sala.

Antes irmos pra casa, fomos pegar a Anne no curso de inglês e levamos ela pra tomar sorvete, foi muito divertido, ela adorou ficar conosco. Nós contamos que vamos ficar um tempo longe de nossa "mãe", e ela ficou triste e sentida, acho que ela ainda sim tem esperança de ver nossa família bem estruturada. A levamos pra casa do papai e assistimos uns filmes infantis muito bons, e meu pai foi trabalhar. Então meu celular tocava e atendi:

— Oi Isabelle! Liguei pra te convidar. - Era Fabíola.

— Ah? Me convidar? E pra onde?

— Hoje tem uma festa cultural do México, é de um restaurante que vai inaugurar, me convidaram e eu quero que você vá, Ruan também.

— Ah, que massa. A gente vai então. A gente passa pra te pegar ai.

— Ta, eu vou segurar vela de início, mas todo mundo tem seu momento. - Disse rindo. - Até a noite gatinha. - Ela desligou.

Ruan narrando:

— Hoje tem racha, velho! Você está enrolando demais, por quê? - Peralta e sua desconfiança eterna.

— Cara não existe isso. Hoje vai ter uma festa, bora? - Ele me olhou.

— Festa? Que festa? - Abri um sorriso.

— Não sei que tipo de festa é, bora velho, sabe a amiga da Isabelle?

— Fabíola? - Ai tem coisa, como ele sabe o nome dela?

— Nem eu sabia o nome dela. É, acho que é essa. - Peralta me olhou.

— Aquela garota é linda, não posso negar, mas é rica e isso complica.

— Vai por mim, é muito bom quando é difícil, o que vem fácil, fácil vai. - Afirmei com fé.

Isabelle narrando:

Me arrumei, como se fosse comemorar o que consegui nos últimos tempos, eu consegui abandonar a minha vida fútil e sem graça e isso é mais que um motivo pra comemorar. Eu não tinha uma roupa para ir, pois todas estavam na antiga casa. Então tirei um tempo para comprar umas peças no cartão de crédito, nada muito espalhafatoso, uma saia jeans "curta" e uma blusa com alguns brilhos, e um sapato não muito alto, então quando cheguei já era praticamente a hora da festa. Avisei ao meu pai que ia e ele permitiu, então me arrumei e ouvi o carro buzinar, me despedi da Anne o do meu pai e sai, então de cara vi que Peralta estava no carro e pensei "suspeito demais", adentrei nos bancos de trás:

— Vamos pegar a Fabíola e depois vamos pra lá. - Avisei e Ruan fez um sinal de afirmação com a cabeça.

Eu lhes dei o endereço e quando chegamos, ela esperava na porta da casa dela, estava um espetáculo, adentrou no carro sentando ao meu lado.

— Que linda! - Disse sorrindo para ela, então ela sussurrou em meu ouvido.

— Como assim? Peralta também vai?

— Calma, não foi nada combinado. Acho que ele está aqui porque Ruan o chamou. - Eu sussurrei e Ruan parou o carro na tal festa, descemos os quatro e o local era muito bonito, cheio de luzes, com músicas típicas do México.

— É uma beleza. - Disse Fabíola, então Ruan me olhou.

— Com licença, eu vou levá-la. - Ele pegou na minha mão e sem mais nem menos me puxou.

— Até logo pessoal. - Os deixei.

— Vem, vamos conhecer mais a festa. - Disse Fabíola puxando Peralta pelo cinto da calça.

Por que você? (EM REVISÃO E EDIÇÃO)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ