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Desde de novinha sempre dizia a mim mesma no espelho que nunca deixaria um homem me fazer chorar como meu pai fazia com minha mãe, mas hoje eu vejo que é mais difícil manter as promessas de uma garotinha do que eu imaginava. Talvez eu fosse inocente demais naquela época. Todos nós somos. Vemos o quanto alguém sofre com algo e juramos a nós mesmos que nunca deixaríamos que fizessem isso conosco, pois somos mais espertos, mas isso nunca acontece de verdade. Não podemos evitar as tristezas da vida. Eu sabia disso, sabia o quanto eu era hipócrita, mas não fazia nada para admitir isso. Eu odiava me permitir acreditar no quão fraca sou.

Eu realmente sou fraca?

Já aguentei tanto até hoje. Perder três pessoas que amo não é fácil, ainda mais em um curto período de tempo. Talvez tenha sido coisas ruins acontecendo rápido demais, mas escolher continuar mesmo com um vazio no peito, é ser fraca ou repulsiva?

Já me Questionei tanto sobre minhas escolhas. Eu estaria sendo hipócrita por esta voltando a viver denovo mesmo com a dor ao meu redor? Estaria sendo abusiva por viver na casa de quem me deixou e levou a alegria que me era direito? Talvez só era um jeito de pegar de volta o que me foi roubado, mas de um jeito material. Uma punição por me arrancar a felicidade que ele mesmo me fez ter.

Eu tentei viver bem, mas não era o suficiente. Nunca foi o suficiente. Me enterrei no trabalho, mas quando ele acabava? Era tudo escuro, vazio. Talvez seja por isso que a mamãe trabalhava tanto. O vazio que ela sentia por não ter o homem que ama a todo momento do seu lado e nem a filha perfeita que ela merecia.

Eu posso ter tentado, mas não consegui nada além de uma aparência decadente, péssima, horrível a os olhos.
Chorar toda noite, comer mal ou não comer, beber ou não beber durante um ano inteiro me tornou irreconhecível. Me pergunto se ele ainda é capaz de me amar tão estragada como estou.

Eu não conseguia esquecê-lo, nem mesmo se eu tentasse. Até passei uma noite em um hotel, mas me senti pior, desprotegida, mais vulnerável do que eu estava, entao voltei as pressas para essa casa cheia de lembranças doces, mas dolorosas. Sentia tanto peso sobre meus ombros, sobre mim, mas...agora nós braços do homem que me causou tanta dor, parece que todo aquele sofrimento saiu pelos áres, todo aquele peso sufocante.

Kim:Se sente melhor?

Nego com a cabeça, encolhida em seu corpo, agarrada com sua mão gelada.
O carinho leve em meus cabelos me faz sentir sono, mas não quero dormir, não mereço, não agora.

Kim:Precisamos conversar e....
comemorar seu aniversário.

Eu:Eu...-engulo em seco. - Sou alguém...
repulsivo? -sinto mais lágrimas grossas descerem por minhas bochechas.

O kim me puxa mais contra seu corpo, cobrindo meu corpo com o lençol de minha cama.

Kim:Claro que não, princesa. Você é alguém perfeito do seu jeito.

Eu:Então...pq m-me deixou?

Sinto seu peito se mexer de um jeito intenso, denunciando o seu nervosismo.

Kim:Pq...Eu fui covarde. Me senti obrigado a fugir antes que me encontrassem e me tirassem de vez de perto da pessoa que amo. -me abraça, cheirando meus fios. - Se eu fugisse como um covarde...eu poderia voltar um dia e cuidar de você como prometi. Me perdoe...Eu sei que não mereço o seu perdão, mas...não sei se conseguiria viver sabendo que me odeia. Isso...dói mais que as facadas que recebi a um ano atrás.

Eu:E-eu...pensei que tinha morrido...
-Sussurro, me derramando em lágrimas de uma maneira agonizante.

Kim:Eu também pensei isso. Eu quase fiz isso acontecer, mas...saber que você estaria me esperando me fez pensar uma segunda vez.

Fim da meia noite •|Kim Taehyung|•Where stories live. Discover now