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Atos inconscientes podem levar a loucura, a solidão pode te matar como veneno, lentamente e dolorosamente.
Talvez ele so tenha medo do amor, da responsabilidade emocional que isso causa, mas não posso dizer nada. Pq eu diria? Sou apenas uma adolescente com muitas expectativas e sem nenhuma experiência amorosa, romântica.

Esfrego as mãos sorrindo para o Kim que acaba de sair de uma loja de tecidos. Escolhi ficar aqui fora mesmo, louca como sou, nem ao menos pensei nos desaparecimentos. O kim não se importou, o que me deixou confiante e sem nenhum medo de ser uma das desaparecidas.

Kim:Já temos a toalha. -disse, dando batidinhas na cesta- Vamos no supermercado?

Concordei, começando a andar em seu lado, sorrindo.

Eu:Você já se apaixonou antes?

Kim:Tenho cara de quem já se apaixonou? -Me olhou sereno.

Mordisquei os lábios para esconder um sorriso.

Eu:Posso ser sincera? -fui para sua frente, virando de frente para ele e andando de costas.

A risada que ele soltou me fez sorrir, pois era uma risada baixa, quase silenciosa. Ele balançou a mão pedindo silenciosamente para que eu continuasse.

Eu:Óbvio! Você é a encarnação coreana de um príncipe francês que ama pães quentinhos e lê embaixo de uma árvore de maçãs. Olha, você faz a metade disso, então não pode discordar de nada.

Ele sorriu balançando a cabeça. Acabei entortando o pé e quase caindo, mas ele me segurou a tempo. O olhei, sorrindo sem graça. Ele puxou minha bochecha com uma certa força.

Kim:Tome cuidado, garotinha. Você pode quebrar um pé. -deu batidinhas leves aonde havia puxado e me estendeu a mão- Venha. Vou me certificar que você não quebre nada até chegarmos em casa.

Olhei para sua mão sentindo a minha formigar. Um sorriso timido me fez companhia, enquanto minhas bochechas ardiam. Envolvi meus dedos com os seus calmamente, admirando a diferença absurda de tamanho e o quanto sua mão é quente. Pensei que estaria tão fria quanto a minha, que ela seria fria como seus lábios na primeira vez que os toquei de verdade.

Ele segurou minha mão com firmeza e começou a andar me tendo um pouco atrás de si. Coloquei a mão sobre a boca para esconder o sorriso alegre que fazia questão de não ceder. Não havia quase ninguém no supermercado, o que me deixou triste e alegre. Odeio lugares muito cheios, chega a ser agoniante, sufocante. Triste pelo que está acontecendo e todos estão se escondendo assim como o Kim comentou.

Eu:Isso é triste.

Apertei sua mão e me aproximei bastante de seu corpo quando algumas pessoas passaram do meu lado. Só fui no supermercado algumas vezes, pois era meus pais quem saiam e faziam as compras.

Kim:Algum problema? -Me olhou.

Eu:Não...-olhei ao redor-..apenas odeio multidões...só vim nesse lugar algumas poucas vezes, então fico com um pé atrás sempre, não entendo o pq...talvez seja vergonha ou medo de incomodar.

Kim:Nenhuma dessas pessoas liga para você e o que você faz, então faça o mesmo. Pq se importar com coisas tão triviais quanto essas? Deveria não ligar como igual todos aqui.

Eu:Isso doeu.

Ele olhou para frente, respirando fundo e dando de ombros.

Kim:Apenas disse a verdade. As vezes a verdade dói....mas tá tudo bem doer. Sem dor o mundo não seria o mesmo.

Ele poderia parar de ser filósofo o tempo inteiro??? Isso machuca as vezes.

Eu:Você gosta de dor?

Fim da meia noite •|Kim Taehyung|•Where stories live. Discover now