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Depois de comermos bastante e conversarmos mais ainda, o kim me ajudou a vestir-me, arrumou as coisas e está me levando nas costas. Deito a bochecha em seu ombro e observo seu pescoço branquinho e lindo. Tão delicado quanto uma pena.

Eu:Você passa alguma coisa na pele?
-pergunto com a voz meio grogue.

Estou quase dormindo aqui.

Kim:Não. Pq?

Eu:Hmm...-toco seu pescoço com o polegar- Sua pele é tão perfeita.

Kim:Genética.

Eu:Genética dos deuses.

Escuto sua risadinha, o que me faz sorrir.

Eu:Me sinto mau por fazer você me carregar até em casa.

Kim:Não se sinta. Você não pesa nada e o culpado da sua situação é eu.

Sinto meu rosto ferver com os clipes do que fizemos passar por minha mente. Pego uma das flores na cesta e a admiro com um sorriso leve nos lábios, amando a coloração de suas pétalas rosadas. Ponho meu óculos e observo o céu um pouco escuro pela chuva prestes a molhar as folhas e flores ao redor.

Eu:Pq veio para Forks? -Questiono.

Kim:É um local "calmo". Gosto do gosto da chuva, o barulho da agua batendo no telhado, a fumaça saindo dos lábios, como a música do piano fica mais agradável de se apreciar, a temperatura ótima para tomar um chá quente, enquanto assiste as gotas frias e grossas baterem contra as folhas, o barulho da árvore balançando com o vento bruto, a angústia e melancolia que o local parece passar. Vim pela tristeza e beleza que Forks proporciona.
-Diz sorrindo fechado.

Penso um pouco, concordando com o que ele notou em Forks. Nem eu havia parado para analisar essas coisas desse lugar. Apenas sabia o quanto é melancólico passar um dia dentro de casa sozinho, olhando para a janela e imaginando quando poderia rever seus amigos novamente.

Eu:Você parece um príncipe clássico.
-passo a mão por seus cabelos cedosos, sorrindo.

Kim:Príncipes são muito moles. -declara- Não me compare a eles. Todos os príncipes têm suas coisas de mão beijada e isso me incomoda um pouco. Posso estar parecendo um pouco rabugento, mas é o que penso sobre esse negócio de príncipe.

Eu:Você tem um pouco de razão...mas todos os príncipes tendem a fingir que quer o que estava o aguardando bem antes mesmo de nascer. O jeito belo que eles tratam algo repugnante me faz sorrir.

Kim:Acha bonito fantoches?

Eu:Não...alguns são assustadores. -Faço uma careta.

Kim:Príncipes são como fantoches, Love. Falam e fazem o que outros o mandam fazer, ou o fazem fazer. São bonecos ventríloquos.

Eu:É...mas alguns não são assim. Tem príncipes ruins e príncipes bons. Os bons são gentis e escondem o quão grande é sua alma conturbada, o quão assustador eles podem ser. Os ruins não se importam em demonstrar o quão ruim sua alma pode mostrar ser, apenas não tendem a ter filtros, são caixas abertas para quem deseja ver e quem nunca pensou em ver, ou quis ver.

Kim:Você gosta de quem esconde a maldade? Isso é um pouco ruim da sua parte. Não gostaria de conhecer uma pessoa por completo?

Eu:Não é que eu goste apenas do bonzinho, eu apenas gosto do quão belos eles podem parecer ser mesmo com seu mundo desabando. Gosto da sinceridade dos ruins, pois eu poderia me apaixonar mesmo sabendo o quão mau ele pode ser. -brincava com uma de suas mechas marrom, enquanto falava.

Ele ficou calado por uns minutos, apenas caminhando calmamente. Talvez esta pensando, ou apenas não tem o que falar ou dar sugestões sobre o que penso.

Fim da meia noite •|Kim Taehyung|•Where stories live. Discover now