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Nunca achei que simples palavras pudessem diminuir a dor em meu peito.
Porém, foi isso que me ocorreu e agora estou aqui, deitada em minha cama com um Kim com a cabeça em meu peito, suspirando calmamente em um sono profundo. Seus braços me prendem na cama e seu cheiro me faz imaginar coisas de outro mundo. Inundo meus dedos com o cheiro maravilhoso de seus cabelos, enquanto os acaricio com carinho.

Mesmo com esse momento dos anjos não consigo evitar que lágrimas silenciosas escorram por minhas bochechas, molhando minhas orelhas e travesseiro. Quero dormir, quero esquecer de tudo o que escutei, quero esquecer da dor, mas não consigo, meu cérebro não me permite dormir, não permite que eu descanse um pouco dessa dor. Me pergunto como deve ser para o Kim ter uma namorada tão arruinada desse jeito? Deve ser um saco. Eu não me sentiria bem em ver quem amo se inundar em lágrimas de sofrimento a quase todo momento.

Talvez eu so tenha nascido sem sorte. Sempre fui desajeitada e sem muitos sonhos, apenas pensei em conseguir terminar os estudos da melhor maneira possível, mas agora...agora nem ir para a escola eu consigo mais. Desaparecida? Não! Eu não estou desaparecida. O que diriam se eu aparecesse novamente? Com certeza prenderiam o Kim e culpariam ele de tudo.

As pessoas são cruéis. Caçam a pessoa mais suspeita possível e jogam toda a culpa em cima dela para não ter mais problemas nas costas. São tudo uns hipócritas! Odeio policiais. Odeio todos da lei. Daria 100 mil policiais pela minha família de volta, ou daria a metade de todos os policiais do mundo por meus pais. Não me importaria. Pessoas desconhecidas são irrelevantes se tratando da própria família.











○~○







Kim:Não está com fome? -Pergunta.

O olho, balançando a cabeça.

Eu:Não muita. -me encolho na cadeira, observando o horizonte esverdeado.

Kim:Você não comeu nada, Love. -fala baixinho.

Eu:Não estou com fome. -Falo sem olhá-lo.

Não consigo olhar em seu rosto. Sinto que vou chorar se olhá-lo. Estou sendo cruel com ele, eu sei, mas não consigo encara-lo agora. Tenho medo de machuca-lo com a minha dor.

Kim:Love...

Eu:Posso ir me deitar? -O olho, interrompendo sua fala melancólica.

Ele analisa meu rosto, suspirando. Olho para a colher que o mesmo "jogou" no prato com bolo.

Kim:Vá. -fala impaciente.

Mordisco os lábios. Me levanto e ando toda torta de volta para a casa. É um pouco difícil andar com a perna dessa maneira, mas a cada dia está sendo mais fácil. Engolo em seco, subindo as escadas devagar, chegando no quarto e me deitando na cama. Me cubro com o lençol e deito a bochecha no travesseiro, enfiando uma das mãos em baixo e deixando a outra em cima.

Uma sensação ruim sobe por minhas costas, pescoço e saem pelas lágrimas escorrendo por minhas bochechas gélidas. Consigo sentir o quanto meus ossos pesam na carne. Minha carne treme em dor e meu coração sufoca no vazio do meu peito. Mais alguma coisa morreu dentro de mim. Sinto que preciso morrer para que essa sensação vá embora.

Penso que posso estar sendo fraca e exagarando, mas eu posso, agora eu posso. A dor é muito grande para ligar para exagero. Na verdade, eu não penso em nada que possa me fazer ligar.

Fim da meia noite •|Kim Taehyung|•Where stories live. Discover now