SÉCULOS - Taekook

CAPÍTULO 47 - ENTRE TRAIDORES E PROFETAS

Escurecia quando eles chegaram ao local onde Jeongguk e Hoseok haviam sido emboscados.

Mina desceu do cavalo e andou de um lado para outro em meio aos arbustos, farejando como um pequeno terrier, afastando galhos do seu caminho e murmurando baixinho o que pareciam ser os piores palavrões que poderia dizer ao seu irmão.

- Para leste. - disse ela, saindo finalmente do meio das árvores, arranhada e suja. Bateu as folhas mortas presas à seu vestido e pegou as rédeas de seu cavalo das mãos de Taehyung. - Não podemos seguir a patrulha no escuro, mas pelo menos sei para que lado ir quando amanhecer.

Os dois improvisaram um acampamento simples, amarrando os cavalos e fazendo uma pequena fogueira.

Taehyung estava admirado com a eficiência com que Mina fazia tudo aquilo e a Jeon sorriu ao notar.

- Eu costumava fazer Jeongguk e Hoseok me ensinarem o que sabiam, quando éramos crianças. - explicou. - Como fazer fogo, subir em árvores, como tirar a pele de animais... E também como seguir um rastro, é claro.

Ela olhou na direção que a patrulha inglesa havia tomado e se sentou junto a Taehyung, perto da fogueira.

- Não se preocupe, Taehyung. - disse. - Vinte cavalos não podem andar muito depressa pelo mato, mas dois podem. A patrulha vai pegar a estrada em direção a Eskadale, ao que parece. Podemos cortar caminho pelas montanhas e encontrá-los perto de Mindmains.

Os dedos de Mina, ágeis, puxaram o corpete que mantinha na cintura. Desfeitas as amarras, ela puxou a parte de cima de sua roupa, tornando-a frouxa e fazendo-a cair, expondo seus seios.

Taehyung podia notar o peito inchado dela e ele se sentiu um completo idiota por ter se esquecido de que, mesmo com o bebê estando longe, Mina continuava a produzir leite.

- Não posso ficar longe de Eunji por muito tempo. - murmurou Mina, rindo fraco enquanto levava uma das mãos até um dos mamilos. - Eu explodiria.

Em reação ao toque, o leite começou a pingar para fora da mama. Então, Mina retirou um lenço grande do bolso da calça, colocando-o sobre o peito.

Havia uma pequena caneca no chão a seu lado, que ela tirara do alforje, e a mulher a pegou. Pressionando a borda da caneca logo abaixo do mamilo, massageou suavemente o peito entre dois dedos, espremendo-o delicadamente.

De repente, a auréola em torno do mamilo se contraiu e o leite espirrou em um jato fino de força surpreendente para dentro da caneca.

- Não sabia que era assim. - Taehyung confessou, observando-a com seriedade para caso precisasse usar esse conhecimento no futuro.

- Ah, sim. A força que o bebê suga desencadeia o fluxo, mas depois o leite começa a sair. Tudo que a criança tem que fazer é engolir. - então, Mina fechou os olhos por um instante, aliviada. - Ah, agora me sinto bem melhor.

Terminado, ela esvaziou a caneca no chão, jogando o leite na terra.

- Uma pena esse desperdício, mas não há o que fazer, não é mesmo? - observou.

Mudando de mão, colocou a caneca na mesma posição de antes, mas agora no outro peito.

- É uma chateação. - disse Mina, erguendo os olhos e vendo que Taehyung ainda a observava. - Tudo que tem a ver com crianças é uma chateação, praticamente. Mesmo assim, você jamais escolheria não tê-los.

- É. - concordou baixo. - Ninguém escolheria isso, acho.

Mina deve ter percebido algo em seu tom de voz, porque o olhou com certa preocupação.

- Ainda não chegou a sua hora. - disse. - Mas terá seus próprios filhos um dia.

Taehyung sorriu com certo nervosismo.