CAPÍTULO 26 - O QUE EXISTE ENTRE MIM E ELE

1.5K 214 131
                                    


Taehyung estava dormindo quando sentiu um leve toque de dedos percorrendo o osso de sua clavícula.

Era calmo e carinhoso.

Os dedos passeavam por sua pele, suavemente e lentamente, caminhando de uma extremidade da clavícula até a outra.

Acabou soltando a respiração quando sentiu os dedos começarem a acariciá-lo em movimentos circulares. Ficou assim por um tempo, parado e se permitindo sentir todas aquelas sensações.

Podia sentir as cobertas bagunçadas sobre seu corpo, assim como o colchão macio onde estava deitado e o travesseiro sob sua cabeça. Seu cabelo estava esparramado pelo travesseiro e alguns fios se encontravam na frente de seu rosto.

Podia até mesmo sentir um dos pés descoberto, com a brisa fria vinda da janela provocando arrepios. Escondeu-o por debaixo das cobertas novamente, apreciando o quentinho que fazia ali dentro.

Os dedos continuaram a acariciá-lo e Taehyung podia ouvir o leve som da respiração de Jeongguk, que provavelmente estava acordado.

Não havia cantoria de pássaros ou o costumeiro som de passos apressados pelo pátio. Isso deveria significar que ainda não havia amanhecido. E esse simples pensamento fez Taehyung abrir os olhos, perguntando-se o que diabos Jeongguk estaria fazendo acordado aquela hora sendo que deveria estar dormindo e se recuperando.

No início, não viu nada além de escuridão (a lareira já havia apagado àquela hora). Mas, aos poucos, seus olhos foram se acostumando ao breu e ele logo conseguia ver a figura de Jeongguk deitado à sua frente, com a cabeça tombada para o lado e apoiada sobre um dos braços (o outro, estava dobrado enquanto continuava a tocá-lo).

Ficaram em silêncio e Taehyung se perguntou se Jeongguk havia percebido que acordara. Os olhos escuros estavam fixos em sua clavícula, mas ele parecia estar vendo outra coisa, mergulhado em seus próprios pensamentos.

- O que aconteceu? - perguntou, depois de um tempo.

Jeongguk não se mexeu.

O caminho que seus dedos percorriam estava se tornando quente.

- Tive um pesadelo. - disse, e sua voz não estava fraca como na noite anterior. Ele parecia estar melhor. - Nada fora do comum. Está tudo bem.

Taehyung se moveu na cama, colocando um dos braços por debaixo do travesseiro.

Seus pernas se esbarraram. Pele na pele.

A intimidade era uma coisa maravilhosa.

- Você costuma ter pesadelos? - perguntou, e, agora, seus corpos estavam mais próximos.

Mesmo que já houvessem dormido juntos algumas vezes no último mês, os dois ainda não se conheciam totalmente. Pequenos gestos e manias ainda não haviam sido notadas, mas era apenas questão de tempo para que estivessem completamente acostumados com a presença um do outro e com seus costumes (no entanto, o tempo que permaneceria ao lado de Jeongguk ainda era algo muito imprevisível para Taehyung).

O Jeon deixou de tocá-lo na clavícula e sua mão se abaixou, caminhando em direção à cintura de Taehyung. Seus dedos se fixaram sobre o tecido da camisa larga que vestia para dormir e ele fez outra carícia lá.

- É. - respondeu, olhando-o nos olhos. - Eu os tenho desde os acontecimentos em Fort William, quando tinha dezenove anos. Já estou acostumado.

- E você os tem todas as noites? Não me lembro de acordar em algum momento por conta de seus pesadelos antes.

- Não. Às vezes, eles não aparecem por alguns dias. Mas sempre acabam voltando em algum momento. E, quanto a você acordar ou não - um pequeno sorriso surgiu no canto de seus lábios. -, saiba que eu posso ser bem silencioso quando quero. Não gosto da ideia de acordá-lo com os meus problemas.

SÉCULOS - TaekookWhere stories live. Discover now