CAPÍTULO 3 - LUCEO NON URO

2.2K 348 183
                                    




Havia uma cabana de pedras em meio às árvores da floresta.

Taehyung havia sido colocado contra a sua vontade sobre um cavalo, e tentara lutar com o seu raptor, arrependendo-se de ter decidido segui-lo quando tivera a oportunidade.

Aquele alfa cheirava a terra e a esterco.

Mas Taehyung não conseguiu fugir ao se debater, tendo sua cabeça agredida com algo pesado, fazendo-o desacordar. E agora que abria os olhos, via-se rodeado por braços fortes e o mal cheiro estava impregnado em seu nariz.

A cabana, uma das primeiras coisas que conseguiu distinguir dentre a escuridão da noite, estava com as janelas fechadas, com apenas alguns fios de luz passando pelas brechas.

Taehyung percebeu que suas mãos estavam amarradas com força por um pano, no arção da sela do cavalo. Não sabia por quanto tempo ficará inconsciente mas, deu graças ao constatar que não havia sido muito por não possuir sinais de concussão ou outros efeitos colaterais da pancada.

Precisava dar um jeito de se localizar naquela floresta, voltando para Inverness o mais rápido possível.

Pensou em tentar se libertar (ou até mesmo gritar por ajuda), mas o escocês ruivo que o segurava tinha demonstrado ser mais forte do que aparentava sua pequena estatura.

Então de repente, o cavalo parou em frente à cabana. O homem desamarrou suas mãos do arção, segurando seu braço para que não escapasse e pulou da sela.

- Venha. - disse ele, já no chão.

Taehyung  constatou que ele não era muito do tipo que conversava e agradeceu por isso, seria um pouco estranho.

Jogou as pernas para o lado e pulou da sela do cavalo, caindo com graciosidade, sem fazer qualquer barulho. O alfa puxou seus braços para perto, como precaução.

- Aonde está me levando? - o ômega perguntou, olhando seriamente para a cabana.

Podia ouvir o som de vozes masculinas vindas lá de dentro.

Ele não lhe respondeu e começou a andar até a construção arcaica, segurando-o com força.

Assim que abriu a porta de madeira da frente, uma luz amarela vinda dos lampiões antigos espalhados pelo lugar cegou Taehyung por alguns instantes. Após isso, ele percebeu que havia uma lareira acesa e que as vozes masculinas tinham se calado.

Ali dentro, um número considerável de homens e mulheres (que Taehyung teve o assombro de constatar serem todos alfas), encontravam-se espalhados, sentados em cadeiras velhas ou de pé enquanto bebiam cervejas em canecas de metal.

Todos usavam kilt, até as mulheres.

- Ora, vejam. - disse um homem de cabelo grisalho, pondo-se à frente dos outros. - O que você trouxe aí, Hoseok?

Ele era tão alto que chegava a quase bater a cabeça no teto da cabana.

O homem pegou o braço de Taehyung com uma das mãos e o levou para perto da lareira, querendo vê-lo melhor.

- Um vagabundo sassenach, Junhyeok, pelo modo de falar.

Taehyung ficou tentado a xingá-lo mas, achou melhor não fazer isso visto que se encontrava em uma clara desvantagem.

Podia sentir os olhares dos outros sobre si e tinha total consciência do estado de suas roupas. Sentiu-se extremamente desconfortável e exposto.

O homem de cabelo branco também cheirava terrivelmente mal, com a camisa imunda e o kilt sujo de terra. Ele o fitou nos olhos e Taehyung percebeu que havia linhas vermelhas que saíam de seus olhos e percorriam suas bochechas.

SÉCULOS - TaekookWhere stories live. Discover now