CAPÍTULO 25 - ALGUMAS VERDADES

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Quando acordou no outro dia, Taehyung passou várias horas deitado (ou, pelo menos, foi isso o que pareceu). Olhava para um ponto fixo sobre as cobertas, ainda anestesiado pelo sono e com a mente vagando para os acontecimentos da noite anterior.

A sensação de ter a nova aliança no dedo era boa. Sentia o gélido do metal e a forma como se encaixava perfeitamente sobre sua pele. E, ao mesmo tempo que lembrar-se do momento em que a colocara fazia seu peito se aquecer, a imagem de Jeongguk, preso naquele quarto e provavelmente se auto torturando ao passar o hut sozinho, fazia Taehyung sentir vontade de ignorar a razão e ir até lá, dizendo que iria ajudá-lo.

Fora o fato de que seria mentira se ele dissesse que não ficou curioso a respeito do quanto os alfas se tornavam violentos durante o hut. O sexo nesse período seria ainda mais selvagem e bruto, ou seria algo realmente doloroso e desconfortável?

No entanto, pela forma como Namjoon e Seokjin agiam quando o hut um do outro chegava, Taehyung acreditava mais na primeira opção.

O relacionamento de seu irmão com seu primo havia sido uma surpresa para Taehyung no início. Primeiro, porque sempre os vira somente como melhores amigos. Segundo, porque, obviamente, eles era primos (mas depois, quando mais velho, o ômega acabou descobrindo que isso era mais normal do que parecia ser). E terceiro, ambos eram alfas.

Obviamente Namjoon e Jin mantinham o relacionamento escondido. Não queriam prejudicar a carreira um do outro ou acabar sendo mortos na rua. Por conta disso, Namjoon, vez ou outra, era obrigado a levar algum beta para as festas com os patrocinadores de suas viagens pelo mundo. E Seokjin, trabalhador em um banco multinacional, vez ou outra fingia se envolver com alguns de seus colegas de trabalho.

Taehyung admirava a maneira como eles lidavam com as inseguranças que tinham a respeito do relacionamento, principalmente porque Namjoon quase nunca ficava em casa devido às suas viagens. Entretanto, os dois confiavam um no outro mais do que tudo, e o ômega desejava ser assim com Jeongguk em algum momento no futuro.

No dia em que estava trabalhando na Linha Maginot, na França, e recebeu um telegrama avisando sobre a morte de Namjoon ao defender um homem de sua infantaria, Taehyung demorou a entender o choque daquelas palavras. E, assim que tudo veio à tona, ele também pensou na reação de Jin quando soubesse.

Quando a guerra acabou e eles se encontraram no cais assim que Taehyung saiu do navio que o trazia de volta à Inglaterra, Jin estava lá, esperando-o com uma feição sem emoção no rosto.

Não havia como seu primo saber sobre Namjoon, porque apenas os familiares mais próximos recebiam telegramas. Mas Jin, assim que Taehyung lhe contou, com lágrimas nos olhos e as mão trêmulas enquanto segurava sua mala, apenas o abraçou e disse que tinha sentido quando aconteceu.

Mesmo sem o corpo de Namjoon para enterrar, fizeram um pequeno velório e construíram um belo túmulo no mesmo cemitério em que enterraram Jangmi e Hyeon.

Taehyung se perguntou qual seria a reação de seu irmão caso soubesse onde estava agora.

De repente, alguém bateu na porta do pequeno quarto que ocupava.

- Sr. MacTavish? - disse a voz de uma criança. - Sr. MacTavish, está acordado?

Taehyung demorou alguns segundos para entender que estavam falando com ele. Sentou-se na cama, sendo acolhido pelo vento gélido das manhãs escocesas que entrava pela janela.

Ao que poderia ver lá fora, não devia ser muito tarde. Mas também não era como se pudesse confiar no céu das Terras Altas. Ele sempre ficava nublado até passar do meio dia.

- Estou. - avisou, alto o suficiente para que fosse escutado.

- O café está pronto, senhor. A Sra. Gi me enviou para acompanhá-lo até o salão.

SÉCULOS - TaekookWhere stories live. Discover now