CAPÍTULO 20 - INSUBORDINAÇÃO

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Dois dias depois, a Lua de Mel havia acabado.

Eles deixaram a hospedaria numa manhã refrescante de verão e saíram com seus cavalos para retomar o que faziam antes que toda a confusão envolvendo o capitão Chaewon e casamentos arranjados acontecesse: recolher impostos dos arrendatários das terras dos Lee.

Cavalgaram por alguns dias, parando em pequenas vilas e fazendas. E, felizmente, Junhyeok não retornou a fazer aquela sua pequena exibição para conseguir dinheiro ao príncipe Charles Edward e à Revolução, deixando Jeongguk em paz (pelo menos, por enquanto).

Agora, Taehyung estava acampado junto de toda a comitiva de Junhyeok em uma área plana na beirada da floresta, perto de algumas montanhas cobertas por gelo no pico.

Fazia uma noite fria e bem iluminada pelas estrelas no céu escuro.

Uma das alfas matou um veado de manhã e uma grande porção de carne recém-preparada, cozida com nabos, cebolas e o que mais o cozinheiro havia conseguido encontrar, compôs um delicioso jantar.

Eles se sentaram em um círculo ao redor da fogueira e começaram a narrar histórias e a cantar canções.

Jeongguk arrumou um lugar para ele e Taehyung próximo das últimas árvores da floresta antes que chegassem as montanhas, e os dois dividiram o mesmo xale xadrez enquanto se abraçavam para ficarem mais aquecidos.

Ali, naquele lugar aberto, o vento era mais forte e o ar gélido das Terras Altas parecia pior.

Quando Taehyung perguntou a Hye porque estavam acampando naquele lugar ao invés de irem mais para o meio da floresta, onde o vento era mais fraco, ele lhe respondeu que estavam perto da fronteira sul das terras dos Lee. E, assim, perto dos territórios dos Min e dos Hirai.

- Os batedores de Junhyeok afirmaram que não há sinal de ninguém nas vizinhanças. - disse ele, olhando ao redor. - Mas nunca se sabe. Melhor prevenir do que remediar.

Tomando um último gole de seu caldo, Hoseok deixou o pote que segurava no chão e levantou a mão para os outros. As pessoas pareceram entender o que aquilo significava e, para a surpresa de Taehyung, o alfa começou a cantar.

Ele tinha uma voz bela e grossa, e logo estava sendo acompanhado pelos outros alfas em uma canção em gaélico.

Jeongguk também cantou junto, passando a mão pela cintura de Taehyung e o puxando para mais perto.

O ômega já o havia escutado cantar antes, mas, naquela noite, pareceu ser diferente.

Conseguia sentir seu coração batendo enquanto se aconchegava nele e Jeongguk cantava baixinho, não alto como os outros, com o rosto virado em sua direção e olhando-o nos olhos, sorrindo vez ou outra.

Provavelmente deveria ser uma canção romântica, e as suas suspeitas se tornaram reais quando o refrão chegou e todos pareceram empolgados e tristes ao mesmo tempo, como se lembrassem-se de antigos amores do passado.

Todos menos Jeongguk, que acariciou sua cintura com os dedos e esfregou seus narizes um no outro, cantando bem baixinho apenas para Taehyung.

Aquilo o fez se sentir aquecido por dentro e seu coração bateu bem rápido. Fechou os olhos e levou uma das mãos ao cabelo dele, começando a acariciá-lo na nuca.

Depois, assim que a canção acabou, todos bateram palmas e Jeongguk virou o rosto para frente, falando algo para Hoseok que fez uma onda de risadas surgir. Então Sana se aconchegou sobre a grama e iniciou a contação de histórias.

Taehyung continuou acariciando os fios da nuca de Jeongguk e deitou a cabeça em seu ombro, virando-se para ver a mulher mexer os braços enquanto narrava sobre fadas, fantasmas, os tannasg (também conhecidos como maus espíritos de antigos habitantes das Terras Altas) e, o mais conhecido de todos: o Monstro do Lago Ness.

SÉCULOS - TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora