CAPÍTULO 7 - ERA UMA VEZ, HÁ DUZENTOS ANOS

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Depois de conversar com Jeongguk e conhecer Jisung, Taehyung passou a andar pelos corredores do castelo, sem saber exatamente para onde ir e o que fazer.

Sentia-se só de uma maneira angustiante.

Foi quando, então, um dos criados correu até ele, dizendo algo sobre pacientes dentro do seu consultório.

Assim que chegou lá, Taehyung notou dois homens no corredor, perto da porta. Um deles carregava o outro, que mancava de um dos pés. O pé machucado estava envolvido em um monte de trapos, manchado de sangue vivo.

- Podem entrar. - disse, indicando o consultório com a cabeça.

Ao que parecia, o novo médico do Castelo Leoch havia começado a atender seus pacientes.

[...]

Após uma fatídica final de tarde movimentada, Taehyung chegou em seu quarto e se permitiu cair na cama sem pensar duas vezes, decidido a não descer para ir à ceia.

Seria mentira se dissesse que não gostou de voltar à ativa.

Apesar dos recursos atrasados, sentir a carne e os ossos sob seus dedos, tomar o pulso, inspecionar línguas e olhos e toda essa rotina familiar, contribuía muito para que mantivesse a cabeça no lugar. Porque, por mais estranho que fossem as suas circunstâncias, e por mais deslocado que ele se sentisse ali, Taehyung ficava um pouco melhor ao pensar que aquelas eram pessoas de verdade que realmente estavam sob os seus cuidados. Faziam-no se lembrar do quanto amava medicina e do quanto adorava estar no controle da situação.

Afinal, ninguém gostaria de se meter com um médico no meio de uma cirurgia.

Porém, apesar do cansaço que aquele dia trouxe, Taehyung não teve tempo para relaxar.

Uma das crianças que ajudava a Sra. Gi nas tarefas do castelo bateu na porta. Trazia um convite do próprio Dong il, dizendo que haveria um espetáculo de música no salão, e que o Sr. Lee solicitava sua presença.

Talvez Taehyung pudesse ter negado, dizendo algo sobre não querer participar da celebração. Mas, no fundo, sabia que era melhor obedecer para que os outros não desconfiassem de que pretendia fugir na primeira oportunidade que surgisse.

Arrumou os cabelos em frente ao espelho, tirando alguns laços e flores que a Sra. Gi tinha posto de manhã e os bagunçou, adorando sentir os fios entre os dedos. Depois, jogando o maldito espartilho sobre a cama e ajeitando a calça em suas pernas, saiu pela porta, andando pelos corredores sinuosos e frios.

Já era noite quando chegou.

O salão estava arrumado de maneira diferente, muito festivo e com tochas de pinheiros estalando ao longo das paredes de pedra. A enorme lareira que ficava próximo das janelas agora fechadas, estava com uma pequena chama acesa, apenas para dar um clima acolhedor. As mesas haviam sido tiradas e os bancos compridos foram postos próximos da lareira, onde as pessoas se encontravam sentadas uma ao lado da outra. E havia um pequeno tablado de madeira próximo do fogo, com uma cadeira vazia sobre ele.

O salão não estava muito cheio, fazendo Taehyung crer que aquela não era uma apresentação que podia ser vista por todos.

Parou em frente ao arco de entrada, olhando em direção à mais alta cadeira de todas, onde Dong il jazia sentado, sozinho. Ele tinha uma manta de lã sobre as pernas e uma mesinha ao seu lado, com uma bela garrafa ornamental de servir vinho e algumas taças de cristais.

O alfa, de alguma forma, olhou em sua direção naquele momento e assim que percebeu quem era, fez um sinal amistoso para que Taehyung se sentasse próximo de si.

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