CAPÍTULO 22 - UNE MAUVAIS QUART D'HEURE

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ATENÇÃO: O capítulo a seguir contém cenas de assédio, quase estupro e agressão. Se você não se sente confortável lendo isso, recomendo que não leia o capítulo e pule direto para as notas finais, onde farei um breve resumo do que aconteceu para que ninguém fique perdido e ninguém seja obrigado a ler algo que lhe faça mal.

[...]

Taehyung não precisava perguntar para que lugar estavam indo.

Sentado na parte de trás de uma carruagem, suas mãos estavam amarradas firmemente por cordas e seu corpo sacolejava de um lado para o outro, acompanhando o ritmo dos cavalos.

Fort William.

O lugar onde Jeongguk havia sido preso e açoitado há quatro anos. E, naquele dia, a província de um homem que ele, infelizmente, conhecia bem demais.

Passou horas sentado sobre a madeira velha e dura, ouvindo o barulho das conversas animadas entre as soldadas. Por sorte (ou não), elas falavam a sua língua - Taehyung já estava cansado do gaélico e de seus resmungos sem sentido.

Ao menos, ele tinha uma vantagem.

Chaewon não sabia que tinha sido capturado. Não teria tempo o suficiente para planejar um interrogatório ou preparar seus métodos errôneos de tortura (ou, pelo menos, era isso que Taehyung esperava).

Já ele, preso naquela carruagem imunda, ao lado de sacas de trigo e esterco, teria tempo de sobra para tentar se lembrar de coisas relacionadas a Black Jack que Eunwoo já teria lhe contado.

Isso deveria bastar para alguma coisa.

Quando chegaram, era pôr do sol.

O Fort William era uma imensa construção de pedra feita na beirada de um penhasco, que dava para um mar agitado e profundo.

Entraram pelos portões de ferro, e Taehyung pode ouvir o som de mais vozes inglesas, conversando entre ri e falando coisas a respeito dos prisioneiros que ali mantinham.

Escoceses perigosos, assassinos em potencial, pessoas que desobedeceram as principais leis da Coroa Inglesa e jovens que tiveram a infelicidade de estar no lugar errado, na hora errada.

Jeongguk já foi um deles, carregado por entre aqueles corredores sujos e jogado dentro das selas mal lavadas. Tinha dezenove anos e provavelmente não sabia que o futuro o aguardava na ponta afiada de um chicote de couro.

Puxaram Taehyung de maneira bruta pelo braço, fazendo-o cair de mal jeito da carruagem.

Mandando que ficasse quieto, a mulher que o segurava tinha uma pistola no cinto e o cabelo preso firmemente em um coque.

Seguiram por uma grande porta de madeira, adentrando naquela fortaleza imponente. Caminharam pelos corredores estreitos, iluminados por tochas presas às paredes, e subiram escadas úmidas pelas prováveis chuvas constantes que vinham do mar.

Quando chegaram no que parecia ser um dos últimos andares, havia uma porta esculpida e ornamentada dentre as pedras das paredes. Dois guardas estavam do lado de fora e bastou algumas palavras para que liberassem passagem.

Nada mau para o escritório particular de um capitão, Taehyung pensou.

Assim que o jogaram ali dentro, cortaram as cordas de seus pulsos e trancaram a porta.

Havia pinturas nas paredes, objetos de prata sobre a escrivaninha e um tapete grosso no assoalho.

Andou pelo tapete, a fim de molhá-lo com sua roupa (mesmo que a viagem até Fort William tivesse secado grande parte dela).

Sabendo que aquilo poderia irritar o capitão, o ômega foi até um pequeno armário atrás da escrivaninha, abriu-o e descobriu que ali dentro era o lugar onde Chaewon guardava suas perucas volumosas. Junto delas, havia um conjunto caro de espelhos de prata, escovas e pentes de tartaruga. Black Jack parecia ser um homem bem vaidoso.

SÉCULOS - TaekookWhere stories live. Discover now