CAPÍTULO 13 - NÚPCIAS

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Taehyung entrou no quarto sozinho, sentindo-se tenso, aterrorizado (embora, é claro, não demonstrasse isso externamente).

Retirou o colar de pérolas, colocando-o sobre a penteadeira com certo receio de estragá-lo. Depois, sentou-se sobre a cama de casal de maneira desajeitada por conta do vestido.

Como, em nome de Deus, isso veio a acontecer?, ele se perguntou, escondendo o rosto entre as mãos.

Havia seis semanas que Taehyung estava inocentemente analisando uma flor estranha numa colina qualquer da Escócia e pretendia voltar cedo para a pousada onde estava instalado junto de seu marido. Agora, ele se encontrava dentro de um quarto de uma hospedaria rural, aguardando um marido completamente diferente (que ele mal conhecia), com ordens rígidas de consumar um casamento forçado, sob risco de perder sua própria vida e liberdade.

Infelizmente, ele não pode continuar com suas lamentações por muito tempo.

Ouviu-se um leve ruído quando a pesada porta do quarto se abriu e, em seguida, se fechou novamente. Jeongguk se recostou contra a porta, os braços atrás do corpo, observando Taehyung com atenção. Nenhuma palavra foi dita e o um ar de constrangimento pairou sobre os dois.

Taehyung podia sentir suas mãos suarem quando Jeongguk finalmente quebrou o silêncio, aprofundando seu olhar.

- Não precisa ter medo de mim. - disse ele, suavemente. - Não vou pular em cima de você. – e, fechando os olhos com graciosidade, riu de maneira involuntária.

Taehyung ficou o observando, sem saber ao certo o que fazer.

Apesar de todo o nervosismo, de alguma forma sabia que Jeongguk não iria tocá-lo a menos que o convidasse. O problema estava no fato de que teria de convidá-lo em algum momento, sendo de maneira proposital ou de maneira não totalmente intencional por conta do cio que, uma hora ou outra, iria acontecer.

Jeongguk parou de rir e ficou em silêncio, sem desviar o olhar.

Taehyung chegou à conclusão de que tudo seria muito mais fácil se não houvesse aquela química entre eles.

Tudo seria muito mais fácil se Jeongguk não fosse tão ferradamente lindo e seu cheiro de laranjas não fosse deliciosamente tentador.

Porque Taehyung adoraria ir para a cama com ele, apesar de nunca admitir isso em voz alta.

Nas verdade, os dois sabiam que adorariam dormir um com o outro. Mesmo que nunca houvessem conversado sobre isso.

E, novamente, foi Jeongguk quem rompeu com o silêncio, indicando a cama com a cabeça:

- Posso me sentar?

- Ah, sim. - Taehyung concordou, indo um pouco para o lado mesmo sendo completamente desnecessário. - Claro.

Ao contrário do que esperava, Jeongguk não sentou ao seu lado na cama. Ele pegou um banco próximo da lareira acesa e se sentou à sua frente.

Um pouco sem jeito, estendeu os braços e tomou as mãos de Taehyung entre as suas. E o ômega permitiu aquele contato, gostando de voltar a sentir o calor em seus dedos.

Porém, tão logo pensou nisso e sentiu sua pele áspera e os pelos escuros, lembrou-se de uma passagem do Velho Testamento:

"Pois a pele de Jacó era lisa e macia, enquanto seu irmão, Esaú, era um homem cabeludo".

As mãos de Eunwoo eram longas e esbeltas, quase sem pelos e com uma aparência aristocrática, como as suas próprias. Taehyung sempre gostou de admirá-las quando ele fazia alguma palestra. Já as de Jeongguk...

SÉCULOS - TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora