CAPÍTULO 15 - OS DOIS LADOS

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Jeongguk estava sentado, ainda totalmente nu, enquanto Taehyung passava um pano úmido sobre seu braço mordido.

Os dentes tinham ido muito fundo, perfurando os músculos e chegando no osso.

Era a terceira vez que passava o pano, mas nada parecia surtir efeito.

Apesar disso, havia um clima gostoso preenchendo o quarto. Taehyung conseguia sentir suas coxas ardendo levemente por conta do sexo e ainda havia a atmosfera aconchegante que sempre vinha após o orgasmo.

Era bom de um jeito que não deveria ser.

Depois de um tempo, Jeongguk se mexeu sobre a cama, encostando suas costas na parede e fechando os olhos.

- Não precisa fazer isso. - ele disse. - Vai curar rápido, lembra?

Taehyung se lembrava.

O problema apenas estava no fato de que ele ainda não conseguia acreditar que Jeongguk havia feito aquilo.

Inspirando fundo, deixou de passar o pano e o colocou no chão, ao lado da cama.

Quando se voltou para Jeongguk, ele encarava o seu próprio braço, passando os dedos por de cima das marcas que ficaram da mordida. Não tinha uma feição muito preocupada no rosto, como se já soubesse que aquilo viria a acontecer em algum momento.

Taehyung ficou o observando com uma sensação quente tomando conta do peito. E, assim que Jeongguk ergueu os olhos para si e ele sentiu um pequeno acelerar das batidas do seu coração, tratou de bloquear os sentimentos.

Não. Isso não iria acontecer.

Olhou-o com seriedade, querendo não aparentar nada no rosto, mas assim que Jeongguk sorriu pequeno e seus olhos escuros pareceram brilhar, manter a feição dura se demonstrou ser terrivelmente difícil.

- Desculpe-me por quase não ter conseguido me controlar. - Jeongguk falou. - Foi por pouco, mas garanto que farei o possível para que isso não se repita. - ele inclinou a cabeça levemente para o lado, fazendo o cabelo loiro bagunçado escorregar pelas laterais de seu rosto, e completou: - Só o marcarei quando me permitir.

Taehyung desviou o olhar para a mordida no braço dele, vendo-a começar a parar de sangrar.

O silêncio dentro do quarto, ao mesmo tempo que era bom, também era agonizante.

Ambos ainda se encontravam nus (e o fato de não se sentir totalmente incomodado com isso certamente era um problema para Taehyung), mas ninguém parecia querer tocar no assunto do que tinham feito duas vezes.

Ele continuou observando a mordida em seu braço, recusando-se a olhar para qualquer outra parte no corpo de Jeongguk, mas pôde sentir os olhos do alfa percorrendo sua pele e isso provocava um certo calor.

- Eu o machuquei? - Jeongguk perguntou, de repente.

Taehyung franziu o cenho, voltando a olhá-lo nos olhos.

- Como é?

- Queria saber se não teria o machucado. - ele repetiu. - É que você gritou no final e eu... eu fiquei preocupado. - suas bochechas ficaram levemente coradas. - Eu o machuquei demais? Juro que não queria...

- Não. - Taehyung disse, e foi simplesmente impossível segurar um sorriso assim que desviou o olhar para as cobertas desarrumadas sobre a cama. - Você não me machucou, Jeongguk.

- Então... - ele pareceu hesitar. - Então, isso é normal? Ômegas gritarem no final? Você não gritou na primeira vez.

Taehyung não respondeu de imediato, ficando a observar as cobertas e pensando sobre como explicaria aquilo a Jeongguk. Então, suspirando, sentou-se melhor na cama, ficando de pernas cruzadas e apoiando os braços em suas próprias coxas.

SÉCULOS - TaekookTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon