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ANGELIC...

Santo Deus.

Malditas sejam todas as decisões mal tomadas.

Eu me levanto, percebendo que agora não temos mais tempo para fugir correndo. Paro diante de Daniel, porque não acho que LeBlanc vá passar por mim. Pelo menos, eu espero que não.

- Está tudo bem – digo. Daniel bufa atrás de mim. E quanto mais perto Aaron chega, mais eu me questiono se está tudo bem.

Eu tenho certeza de que são as doses de tequila sob minha pele, murmurando pelo meu sistema, mas o pensamento envia uma emoção inesperada através de mim, independentemente dos acontecimentos dos últimos três dias.

Algo em seu rosto, além de sua ira, puxa partes profundas dentro de mim. É aquele olhar. Aquele que diz que está farto de tolerar minhas graças. Isso quer dizer que ele vai entrar nessa sala, me pegar, me jogar por cima do ombro e me levar a algum lugar para agir do seu jeito comigo.

Nos poucos segundos antes que LeBlanc me alcance, me permito olhar para seus músculos sob o tecido justo da camisa. Ele não está usando uma gravata, tampouco o paletó. Pressiono as coxas juntas, porque o álcool e a adrenalina se misturaram dentro de mim. Eu não sou do tipo que gosta de homens possessivos, mas, droga, este homem sabe fazer uma mulher desejá-lo como a nenhum outro.

A última pessoa sai de seu caminho, e então LeBlanc para diante de mim. Se eu não estivesse aqui, temo que ele passaria por cima de Daniel como um trator. Seus olhos estão escuros, e me prendem no lugar.

- O que você está tentando fazer? – ele pergunta. Sua voz baixa indica que ele não irá gritar para superar o som.

Mas, apesar do barulho, ouço a respiração pesada de Daniel.

- Eu não sei do que você está falando.

Estou preparada para sua mão, uma vez que meu braço está a seu alcance, então o afasto antes que ele possa agarrá-lo. Fitamos um ao outro, ambos fervendo pelas mesmas razões; o ciúmes que nunca iremos admitir.

- Eu não gosto que joguem comigo, Donneli.

Donneli.

- Você gosta de jogos quando está fazendo comigo.

- Sim – ele responde, descaradamente. LeBlanc se inclina, seu rosto a centímetros do meu. A proximidade traz consigo o perfume almíscar, o mesmo que está em mim – Por que você não diz ao seu pequeno brinquedo que ele pode correr agora?

Eu sei que bebi, logo estou mais ousada e encrenqueira do que o normal. Por sua vez, este é o estado natural de LeBlanc. Nós devíamos parar esse pequeno joguinho de poder. Contudo, sinto que meu lado racional saiu de mim assim que retornei sua ligação, mais cedo, e ouvi aquela voz feminina.

- É um bom momento para eu ir, de fato – Daniel murmura atrás de mim.

- Fica! – ordeno, apontando para ele. Minha voz sobressaltada chama ainda mais atenção.

- O que diabos você pensa que está fazendo? – LeBlanc pergunta. Eu me volto para ele.

- Imitando seu exemplo.

- Que seria? – ele franze as sobrancelhas, e este é seu primeiro indício de que se importa com algo além de sua própria postura.

Nossos peitos sobem e descem com nossas raivas e fortes respirações, enquanto nós dois cerramos o maxilar em frustração.

- Exercendo meu direito de ir e vir, conhecendo novas pessoas – dou de ombros.

- E como tem sido? – um leve sorriso cruza seus lábios, e sabemos que ele significa apenas soberba e arrogância.

ÚLTIMA DANÇAحيث تعيش القصص. اكتشف الآن