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ONZE E MEIA DA MANHÃ

As dores de cabeça eram absolutamente infernais, incapacitando-me de me levantar da cama e dar início ao meu dia. Estava cansada, a noite foi um completo caos e parte dela era um livro em branco na minha mente.

Mantive-me na mesma posição durante algum tempo, até ganhar coragem para enfrentar todo o desconforto do meu corpo e o rapaz a dormir ao meu lado na cama.

Sem camisola a cobrir-lhe o peito e com o lençol pouco a cima do umbigo. Um dos braços por baixo da cabeça, os cabelos despenteados e a boca ligeiramente afastada. Com o álcool que, provavelmente, tinha ingerido, podia jurar que ia dormir o dia inteiro.

Passei as mãos pelo meu rosto. Como é que tinha sido tão descuidada? Só de pensar no que podia ter acontecido se a Noora não nos tivesse visto ou se não tivesse encontrado o Chris, uma vontade de chorar assolava-me.

- Pensei que ia ser corrido a pontapé... - Um sussurro arrastado invadiu o quarto escuro. Os meus olhos procuraram-no.

- Até acordas com esse sorriso parvo?

- Chama-se personalidade, loirinha. - Revirei os olhos, vendo-o humedecer os lábios e passar as mãos pelos olhos. - Como te estás a sentir? A noite de ontem foi complicada.

- Com dores de cabeça. - Sentei-me na cama, afastando os cabelos do rosto. - Alguma coisa a acrescentar ao que aconteceu?

- Disse-te a verdade, Arya. Prometo.

- Vale o que vale.

- Acho que saberias se tivéssemos feito algo, certo? - Encolhi os ombros. - Olha, sabes quem poderá ter colocado droga na tua bebida? Saber que andam a fazê-lo nas nossas festas deixa-me irritado. - Sentou-se também na cama. Pegou o telemóvel da mesa de cabeceira.

- Não sei, Chris. Só bebi o copo que eu preparei e depois a água de um... Ake, penso.

Juntar um mais um, com a cabeça descansada, era realmente reconfortante. Apercebi-me mais rápido do que esperava, que tinha sido ele. Não me sentia tão mal, até beber a água. E depois, o rapaz acompanhou-me.

Lembrava-me de começar a ficar com tonturas e com a visão um pouco turva. Algo que não me acontecia com pouco álcool.

- Foi quando me comecei a sentir mal. Achas que pode ter sido ele? - Lágrimas começaram a surgir nos meus olhos. - Conheces? Ele era alto e mais velho. Disse que tinha acabado a Nissen há um ano, algo assim.

- Não estou a ver quem é, mas garanto que vou saber. - Balancei a cabeça.

Acendi a luz do pequeno candeeiro.

- Gostava de ficar para tomar o pequeno-almoço, mas preciso de voltar para a casa. Não quero ser esquartejado pelo Lukas. Mas foi um prazer conhecer a tua cama, loirinha. - Acabou por se levantar. - Esquece o que aconteceu. Vou resolver o problema, ok?

- Ok. Obrigada Chris. Por não te teres aproveitado e por não gozares comigo. - Vestiu a camisola e sentou-se para se calçar.

- Estás mesmo a agradecer-me por ter feito o mínimo e ser consciente? - Encolhi somente os ombros. - Nunca o iria fazer, Arya. E não quero que ninguém o faça. Contigo ou com alguém. O que posso fazer por ti?

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz