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TERÇA

- Christoffer, o que é que estás a fazer?

Rapidamente parei de me espreguiçar, deixando cair os braços ao longo do corpo, com a imagem surpreendente na minha cozinha. Os seus braços elevaram num ápice e as suas mãos cobriram os meus olhos.

Soltei uma gargalhada perante o pequeno susto que lhe havia dado, vendo-o atrapalhado com o meu aparecimento súbito na cozinha.

Usou o meu cachecol para cobrir os meus olhos, levando-me para o exterior da casa e até uma cadeira, onde me sentei. Quando esperava que se ausentasse, senti o calor da sua boca nos meus lábios. Levou-me num beijo calmo, até se deslumbrar e deslizar os lábios até á pele fria e arrepiada do meu pescoço.

- Chris... - Sussurrei, sentindo os pequenos beijos que deixava contra o meu pescoço. - Vais tirar-me isto dos olhos?

- Sê paciente, loirinha. Volto já.

Foi então que se ausentou, deixando-me a choramingar pela falta de contato físico entre a sua boca e o meu corpo. Como não consegui ser paciente, baixei um pouco o cachecol, tentando perceber o que se passava.

Foi então que avistei a mesa preparada diante dos meus olhos e um brunch delicioso. Acabou por me apanhar a espreitar.

- Só faltava as bebidas. - Lamentou, o que me levou a gargalhar e a tirar de vez o cachecol. Ele pousou os copos na mesa. - Bom dia, loirinha. - Sentou-se à minha frente.

- Estás mesmo empenhado nisto?

- Não se nota? Claro que estou, Arya. - Pousou a mão na mesa, para que guiasse a minha até à dele, o que fiz.

- E quando começarem as aulas? Quando esta bolha de Arya e Chris acabar? Voltam as festas e o álcool, as raparigas e o sexo casual. Voltam os rumores, a fila de sweatshirts...

- Que filme! Há coisas que são inevitáveis e que nenhum de nós pode controlar.

- E o que podemos? O que podes? Vais querer?

- Se falas do sexo casual, sim, vou querer abdicar disso, se estiver contigo. E tu? Achas-te capaz de lidar com os teus ciúmes? Achas que é possível conversares comigo se ouvires alguma coisa que não te agrade, sem me apontares logo o dedo? - Encolhi os ombros.

- Não te posso prometer, Chris. Tal como tu não podes prometer que vais... - Ele balançou a cabeça, o que me silenciou.

- Loirinha, estou contigo. Não quero sexo casual, quando te posso ter a ti. Não vou mudar quem sou, não vou deixar de sair, de beber e de estar com os meus amigos. Mas como falamos, eu quero dedicar-me a ti.

- Também não quero que mudes, porque gosto de ti exatamente como és, Chris. Menos as tuas conquistas e tudo o resto que sabes. Não posso, nem vou, fazer promessas.

- É um desafio para os dois, Arya. Eu estou disposto a tudo para que dê certo, mas precisas de estar disposta também.

Balancei somente a cabeça.

- Estou esfomeada, Christoffer. - Mudei, radicalmente o assunto. - Obrigada. Não estava nada à espera. - Comecei a preparar o pequeno almoço. - O meu irmão?

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Where stories live. Discover now