EKSTASE ➛ CHRIS SCHISTAD

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TERÇA

O ecrã do telemóvel ditava os dez minutos de atraso de Chris. Sentada no lugar mais discreto da biblioteca, alternava o olhar entre a porta da mesma e as horas no telemóvel.

Pouco o tinha visto durante o dia. Nem uma mensagem trocamos. Esperava que aparecesse, pois nada me disse sobre faltar. Dei-lhe apenas mais cinco minutos, antes de perguntar onde é que estava, por mensagem. Hesitei, mas ainda assim, enviei-a.

Não pretendia passar a minha tarde livre numa biblioteca à espera em vão.

chrisschistad

Vem ter comigo à parte de trás da escola, estou no carro à tua espera

Só agora???

Agradece ao teu irmão
Loirinha andaaaa, estou à tua espera

Para quê? Temos explicações

De uma aula de matemática? 🫠
Não me faças esperar mais do que o teu irmão já fez. Anda. Quero passar o dia contigo

Estou a ir...

Percorri os corredores da escola, apercebendo-me após sair do interior da mesma que estava a querer começar a chover. Apressei o passo para a saída da escola, contornando-a. Olhei para os lados, encontrando o carro.

Assim que entrei, cruzei os braços à frente do peito, apertando o meu casaco também. Estava imenso frio e eu usava somente uma camisola e um casaco mais quente.

Soltei os meus cabelos do interior do casaco, colocando a mochila nos bancos de trás. Após o ar quente atenuar a temperatura do meu corpo, olhei para o rapaz a meu lado, que iniciou uma condução lenta e misteriosa.

Pousou a mão na minha perna, apertando-a. As janelas e o vidro foram cobertas pelas gotas. Os meus olhos observavam a cidade.

- Merda.

- O que se passa? - Ele apontou para uma pastelaria, estacionando o carro. - O que foi, há algum problema com a pastelaria?

- Está a chover. Gostava que fossemos comprar o lanche e que comêssemos no parque.

Virou o corpo para mim.

- Estamos bem?

- Sim, porquê?

- Por causa da confusão ontem. Espero que não tenha ficado nenhum mal entendido. - Balancei a cabeça, negando.

- Da minha parte não. E da tua?

- Também não. Só não gosto que o teu nome e o do Theo apareçam na mesma frase.

- Ele não é um problema, Chris. Nunca foi. Não tenho a culpa que a Sara e a Ingrid sejam umas desequilibradas. - Pousei a mão no rosto dele e acariciei-o. - Ele é inofensivo.

- Porque tu não lhe permites...

- Chris. Não arranjes pretextos. Vamos lanchar, com sorte pára de chover e esquece aquilo que elas disseram ontem, está bem?