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TRÊS E VINTE

A aula tinha começado há cerca de dez minutos, tempo esse que passamos a correr à volta do campo exterior. Enquanto a professora decidia quais os exercícios e jogo coletivo fazer, esquecia-se de nós.

Felizmente não estava uma tarde ventosa, embora sentindo algum frio ao usar a camisola de mandar curta e as leggings.

Nada mais tinha conversado com Vilde.

Também não me sentia arrependida por ter dito as palavras que precisava de ouvir. Mesmo que tivesse sido dura com ela, gostava de ouvir, se fosse ao contrário. Não esperava outra coisa de alguém a quem chamo amiga.

Reparava num conceito engraçado na Nissen, que era a quantidade de turmas que tinha aula de desporto em simultâneo. No exterior, eram duas, a minha e a de Vilde.

E no interior acontecia mais uma aula com duas turmas do segundo ano. Como tínhamos a mesma professora, os horários coincidiam. Não me fazia qualquer confusão, embora passar por Vilde e vê-la emburrada comigo, aumentava os meus nervos e a tensão entre nós.

Decidida a ignorar, acompanhava Eva e Sana mais à frente, evitando proximidade com ela. O que estava a resultar.

Apercebi-me após cessar a corrida, tal como as quarenta pessoas no campo, que tínhamos uma claque na bancada. Até se vestiam a condizer, a típica sweatshirt dor amor. Assim que a loira o viu, os seus olhos brilharam.

Fomos divididos em grupos de dez. Ficamos as seis juntas, mais Ingrid e Sarah. Camille e Cleo, também se juntaram a nós. Era evidente aquele clima de cortar à faca.

Recebemos indicações para nos dividirmos em cinco e jogarmos voleibol.

Tentava manter a concentração na aula e não no que se passava nas bancadas. Não foi tarefa fácil iniciar o jogo.

Estava de fora. Apenas Eva, Sana e Camille disputavam contra Sarah, Ingrid e Vilde. Havia uma dificuldade de concentração, visto que não paravam de olhar para as bancadas. A começar na Vilde e a acabar na Sarah.

Para além disso, provocavam a Eva, que estava claramente desconfortável com elas.

Foi a sua equipa a assumir a derrota.

Ao entrar em campo com Noora e Cleo, defrontávamos novamente Ingrid e Sarah, visto que a Vilde pouco tocava na bola. Bastava olhar para a Eva para perceber que estava magoada e envergonhada com os comentários.

Quando elas estavam distraídas a tentar impressionar os Penetrators, atirei a bola ao ar e bati com força suficiente para a direcionar até Ingrid acertando-lhe na cara.

A rapariga sentou-se de imediato.

Encarei a Eva, piscando-lhe o olho e o brilho dos seus olhos renasceu. A Ingrid comprou um duelo assim que se levantou.

Tentava desconcentrar-me ou acertar-me também com a bola, o que não aconteceu, visto estar demasiado atenta ás suas ações. A aula só se baseou em disputa, para mim.

No final, começamos a alongar.

aryasandvik
A tua história

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Where stories live. Discover now