21

169 13 2
                                    

QUINTA

- Vais mesmo deixar-nos ir ás compras sozinhas? Nós precisamos de ti. - Choramingou a loira aluada, tentando convencer-me a falhar o primeiro compromisso das explicações.

- Tenho a certeza que cinco pessoas juntas, não se perdem nem cometem asneiras. Mesmo que essas cinco pessoas sejam vocês.

Levantei-me do banco, recebendo as expressões ofendidas e divertidas delas. Acabei por me rir e por acenar, voltando para dentro e dirigindo-me à biblioteca. Não sabia onde era e não tencionava perguntar.

Limitei-me a vaguear pelos corredores, percebendo que passavam dois minutos. Assim que a encontrei, abri a porta e olhei para todos os lados, procurando alguém que gritasse estou à tua espera, mas ao invés disso, os meus olhos encontraram Christoffer.

Bufava e rodava o lápis entre os dedos. Qual era a probalidade de ser inteligente e ser quem me ia dar explicações de matemática?

Aproximei-me dele, reparando nos livros espalhados à sua frente e numa folha rabiscada com horas e datas. Correspondiam ás minhas e aos meus horários. Suspirei.

- Lorinha, por aqui? - Questionei, quando toquei levemente no seu ombro. - Queres falar sobre ontem?

- Não, Chris. Quero saber se és tu quem me vai dar explicações de matemática.

Ele ficou igualmente surpreendido.

- Parece que sim. - Coçou a nuca, fazendo-me sinal para ocupar a cadeira ao seu lado. - Estás sempre a cruzar o meu caminho. Estamos mais que destinados, lorinha.

- Vira essa boca para lá. - Pousei as minhas coisas também. - Chris, preciso que leves isto a sério, ok? Eu preciso de passar.

Ele balançou a cabeça.

- Por favor. Podemos falar sobre o que aconteceu numa outra altura, mas aqui, vamos só mesmo falar de matemática. Pode ser? - Ele assentiu, limpando a garganta.

DUAS E DEZ

- As aulas ainda agora começaram, não há muito para rever. - Constatou, após revermos o que já tinha dado nas aulas. - Achas que ficaste a entender? - Assenti,

- Até tens jeito para a coisa.

- Nem sabes tu o quanto - Revirei os olhos e ele sorriu-me. - Posso levar-te a casa?

Arrumei simplesmente os livros e o caderno, sem lhe dar uma resposta. Não facilitava. Podia ter a noção que ele queria manter-me por perto e que estava longe de desistir. Fechei a mochila e senti a mão de Chris na minha.

Antes de levantar o meu olhar e mergulhar no dele, respirei fundo discretamente, virando-me então para o rapaz à minha frente.

Ambos nos levantamos e caminhamos para o exterior da biblioteca, visto que outras pessoas estavam no local e não queríamos confusão. Ao sair da biblioteca, o rapaz encostou a porta e os seus dedos procuraram os meus.

Ao virar-me de frente para o Chris, reparei que estávamos extremamente próximos.

- Chris...

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Where stories live. Discover now