EKSTASE ➛ CHRIS SCHISTAD

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TRINTA E UM DEZEMBRO

- Estão todos na cozinha. - Sussurrei, deitada ao lado de Chris, enquanto observava os nossos dedos entrelaçarem-se diante dos nossos olhos, absorvendo aquele momento.

Ele estava demasiado carinhoso.

Aproveitamos um mero segundo para estarmos sozinhos, algo que não tem acontecido.

Estávamos em contagem decrescente para o final do ano, para o regresso ás aulas e para me sentir ansiosa e nervosa constantemente. Sabia que algo estava para acontecer. Voltar ás aulas, aos dramas e ás festas constantes deixava-me a sofrer por antecipação.

Os meus pais voltaram um dia depois do Natal, felizmente quando a casa se encontrava limpa e arrumada, sem sinais de álcool.

As coisas estavam a correr demasiado bem com o Chris, principalmente por ter estado a dormir na minha casa durante a última semana. Ainda que, com mais pessoas. Agora que os meus pais estavam em casa, era diferente.

Custava-me acordar e saber que não o ia encontrar ao descer as escadas. Que as tardes na conversa e nas provocações iam acontecer mais esporadicamente. Era difícil.

Estava a ser difícil assimilar o facto de não o ter tanto quanto antes. Mal habituada.

- O que se passa? Consigo sentir que não estás bem e o teu coração está acelerado. - Sussurrou abraçado a mim. Com a cabeça no meu ombro, os lábios no meu pescoço.

- Nada Chris. Está tudo bem.

- Não me convences. Estás preocupada com a festa hoje? - Abanei ligeiramente a cabeça, mas não era apenas isso. - O que te preocupa?

- Não sei. O facto de voltarmos a estar na presença das pessoas da Nissen. As aulas estão quase a começar... As coisas vão ser diferentes, acho que não estou preparada.

- Diferentes como? Entre nós?

- Também. Estava habituada a ter-te aqui em casa e estarmos numa bolha. Agora vão ser uns comentários aqui, uns dramas ali e festas todos os fins de semana... Vai voltar a ser como antes e eu não estou preparada. - Repeti.

- Loirinha, nada vai voltar a ser como antes, entre nós os dois. - Afastou-se de mim, para me olhar nos olhos e decifrar-me.

- Não sabes. Vais estar no teu habitat natural e com alguém a querer estar por baixo de ti. Olha a Iben. Não te larga. Está obcecada contigo e tu já fizeste merda com ela.

- Isto tem a ver com as mensagens que te mostrei ontem? - Sentei-me na cama, tal como o Chris. Sentia que estávamos prestes a iniciar uma discussão. - Mostrei-te as mensagens, mas não era para ficares desconfiada.

- Não estou desconfiada, Chris.

- Então? Porque estás a supor que as coisas não vão correr bem? Que quero voltar a fazer o que fazia antes, depois de tudo o que te disse? Até o Lukas sabe que gosto de ti.

- Estou só preocupada. Não quero discutir. - As suas mãos procuraram as minhas.

- Ninguém está a discutir. Estou preocupado, loirinha. Estás ansiosa. Estás a pensar no pior, o que me deixa preocupado. Quero perceber-te e tentar melhorar o que estás a sentir. - Inclinei a cabeça para o beijar.