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QUATRO E CINCO

Estava verdadeiramente perplexa com a beleza ao redor da cabana. As montanhas despidas do verde do Verão e cobertas com folhas perdidas, acastanhadas, que esvoaçavam das árvores. Até a relva ganhava um novo tom.

Os pequenos raios solares espreitavam por entre as nuvens acizentadas, avisando-nos que a noite não ia ser nada agradável.

Dentro do espaço, Chris levou-me a conhecer o interior e cada pequena divisão.

- Parece-me que está a noite perfeita para um banho de jacuzzi. - Comentou, colocando assim as nossas malas na cama. - Isto, se aceitares. Se não, ficas só a ver, loirinha.

- Estou tramada contigo.

- Nem tu sabes o quanto. - Sentou-se aos pés da cama, descalçando-se. Deitou-se para trás, o braço a cobrir-lhe o rosto.

Aproximei-me a passos lentos da cama, onde me deitei também. Lado a lado. Chris estava de olhos fechados e com a outra mão no peito. Ele absorvia a paz que aquele lugar transbordava e eu também conseguia senti-la.

Encostei o meu ombro ao dele, deixando-me estar naquele silêncio pacífico, apenas a ouvi-lo respirar calmamente. Queria anima-lo. Fazer o dia valer minimamente a pena.

Queria levá-lo para lá da dor que sentia.

Apoiei o cotovelo no colchão, virando o meu corpo lentamente para ele. Mordisquei os meus lábios, antes de levar a mão até ao seu rosto. Os meus batimentos aceleraram. Acabei por sentir os seus fios de cabelo nos meus dedos.

Deitei a cabeça no seu ombro, escondendo o rosto no seu pescoço, intimidada com o que lhe transmitia sem nada dizer.

- Loirinha, assim vou ter que ser eu a rejeitar-te. - Um comentário muito inconveniente, num momento nada apropriado, que ainda me levou ás gargalhadas, tal como eu.

- Tu não existes, Christoffer.

- E tu não me resistes. - Senti um dos seus braços envolver o meu corpo. Manteve-nos tão perto quanto o que era possível.

- Como te estás a sentir? Estou preocupada. E gostava de fazer algo para te animar. - Admiti o que sentia. - Conheci-te com o maior sorriso na cara, não te reconheço assim.

- A sussurrares contra a minha pele, só há uma coisa que eu quero neste instante.

Lambi os lábios, levantando ligeiramente a cabeça para o conseguir encarar. Ele levou uma das mãos ao meu rosto e afastou todos os meus cabelos para trás, enrolando-os nos dedos. Um brilho surgiu nos seus olhos.

Lambeu os seus próprios lábios, fazendo-me engolir aquela imagem sedutora a seco e apoiar os braços no seu peito, mantendo-me a poucos centímetros de distância dele.

- Estás a provocar-me? Queres alguma coisa de mim, Arya? Porque se não queres, não me uses assim. - Sussurrou.

- Não sei o que quero. O teu lado fragilizado faz-me querer estar perto de ti. Sem a faceta de romântico incurável, sem outras raparigas para fofocar, sem os teus amigos... Apenas tu e todas as emoções à flor da pele.

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Where stories live. Discover now