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ONZE E MEIA

Estávamos a caminho do hospital. Felizmente, Chris despertou bem-disposto e sem quaisquer complicações acrescidas ao ferimento.

Apenas um susto, segundo os médicos e alguma perda de sangue significativa. Porém, a medicação diminui a inflamação e o antibiótico ia ajudar na cicatrizaçao da pele. O conselho de recuperação era apenas o repouso.

Algo que Christoffer desconhecia.

O mais velho foi quem o foi buscar ao quarto, recebeu informações por parte do médico que o acompanhou durante a noite e suportava parte do seu peso, até à recepção.

Reparei no rosto abatido e que tinha a mão sob o local atingido. Usava a roupa do Lukas, como tinha previsto que ia precisar.

Quando ambos se aproximaram de nós, o Chris abraçou o meu irmão e agradeceu-lhe. Embora, ao ser afastado, foi Lukas quem agradeceu pela forma como o defendeu. Senti-me frágil depois de tudo o que tinha acontecido e ouvi-los numa troca de agradecimentos, piorava.

- Loirinha. - Sussurrou, nitidamente cansado e embriagado da medicação.

Afastou-se calmamente do meu irmão.

Assim que os meus olhos encontraram o cansaço e a falta de brilho nos dele, fizeram-me ser impulsiva e abraçá-lo com toda a delicadeza possível, para não o magoar.

Senti o quão tenso o seu corpo ficou. Ainda assim, abraçou-me de volta e sussurrou-me um pedido de desculpas ao ouvido.

- Obrigado por me teres ajudado. - Murmurou, após longos segundos abraçados.

Balancei somente a cabeça.

- Mano, o Lukas ofereceu-nos abrigo durante alguns dias na casa dele. Estás sozinho e não te podes esforçar. O que te parece?

- Parece-me que é a primeira vez que a Arya está a ouvir sobre isto. - Senti uma pressão tão elevada, mas como dizer que não? - Não fazias ideia, certo? - Encolhi os ombros.

- Não me vou opor, porque precisas de repouso e não tens ninguém para te ajudar.

- Desculpa, devia de te ter perguntado...

- Vocês passam a vida lá em casa, mesmo. - Os dois entreolharam-se. - Vá, vamos para casa ou o Chris desfalece tanto tempo em pé. - Apontei para o carro do meu irmão.

Abriram a porta para o amigo entrar e ajudaram-no a colocar o cinto, algo que ele não aceitou, visto não estar inválido. Ambos riram, pois queriam anima-lo. Entraram para os dois lugares da frente pouco depois.

Reparei que Chris nem tentou colocar o cinto, pois provavelmente estava com dores e ter uma faixa na barriga não ia ajudar.

- A mim ninguém me abre a porta do carro. - O rapaz a meu lado sorriu-me.

Com a mão pousada no banco do carro durante a viagem e uma conversa aleatória entre os três rapazes, comecei a querer fechar os olhos. Mas, rapidamente o meu coração falhou uma batida, ao sentir um toque inesperado.

Ainda que conversasse com os amigos, Chris pousou a sua mão pouco ao lado a minha e com o dedo, roçava na minha pele. Mantive os olhos fechados e tentava acalmar-me.

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Where stories live. Discover now