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ARYA SANDVIK

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ARYA SANDVIK

Por mais que tentasse adormecer, a música alta penetrava as janelas fechadas do meu quarto, o que me privava de dormir. As batidas fortes, as letras um tanto impróprias e até alguns gritos e conversas se faziam ouvir

Claramente que qualquer tentativa de fechar os olhos e descansar era em vão.

Pousei o cotovelo na janela e recebi de imediato o sopro do vento nos meus cabelos, as noites eram cada vez mais geladas, algo que me deixava bastante intrigada.

Abracei o meu corpo como se fizesse um escudo contra a temperatura baixa, percebendo de imediato que um dos meus vizinhos estava a dar uma festa. Perguntava-me se frequentavam a mesma escola que eu ia começar a frequentar ou não. Claramente que havia uma diversidade de idades, devido aos grupos.

Acontecia três vivendas abaixo da minha. Do lado oposto da estrada. Ainda era distante, algo que me impedia de decifrar expressões e de ver realmente os rostos de quem lá estava. Fiz uma leve pesquisa sobre a escola.

E quem lá andava.

Queria ter uma ideia das feições que podia encontrar dentro de dois dias, mas abstraindo-me de qualquer opinião ou comentário. Queria ter o verdadeiro primeiro impacto.

Não era propriamente nova na cidade, mas também não a visitava há dez anos. Já tinha uma mão cheia de mudanças. Era a quinta, que segundo a minha família, era a última. Se podia acreditar neles? Nunca.

Todas as vezes eram a última. E ainda assim, não tinha noção da quantidade de vezes que fui matriculada em escolas e passei pelo doloroso e constrangedor processo de ser a aluna nova. De Portugal a Itália, até Espanha e agora de volta á minha verdadeira origem. Noruega.

Pousei o queixo nas mãos, ainda atenta a quem chegava e aos movimentos que faziam. Gostava de viver a adrenalina de ir a festas. Porém, nem podia sequer pensar nisso.

- Vais ficar só a olhar?

Uma voz alta e alegre estremeceu o meu corpo, devido ao susto enorme. Queria acreditar que o comentário ou questão não era dirigido a mim,  visto estar na janela da minha casa. Porém, não demorei muito a contrariar-me, quando fui um alvo fácil de uma pequena pedra.

Procurei a presença de alguém no exterior, encontrando por fim um grupo de rapazes com um ar bastante divertido e envergados de preto dos pés á cabeça. Petrifiquei.

Estavam pendurados no portão da minha casa, o que me levou a arregalar os olhos.

- Estão loucos? Desçam já daí! - Reclamei, gritando num sussurro, esperando não acordar os meus pais ou irmão. - Alarme!

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Where stories live. Discover now