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SEXTA

- Babe, vais explicar-me porque estás tão calada? É por causa da festa?

- Não, desculpa. Está tudo bem.

- Eu sei que não está tudo bem. - Levantou-se da cadeira onde jantava, esticando a sua mão para a agarrar e acompanha-lo.

Assim o fiz.

Christoffer, gentilmente, levou-nos para a sua sala de estar e sentou-se no sofa, fazendo-me um pouco de pressão para que me sentasse também e só depois largou a minha mão. Como podia dizer-lhe a verdade? O que me incomodava?

Passei as mãos pelos meus cabelos ondulados, visto que já estava preparada para a festa, esperando o rapaz falar primeiro que eu. Ele estava nervoso. E eu receava ouvir o que tinha a dizer.

- O Lukas contou-me. Sobre os vossos pais. - Senti lágrimas formarem-nos nos meus olhos, só de pensar na hipótese de o deixar. - Queria que tu me contasses no teu tempo.

- Que tempo? Achas que há algum tempo para assimilar o facto dos meus pais quererem mudar de casa novamente? E arrancarem tudo aquilo ao qual me dei nestes últimos meses? Não é justo. E não vou a lado nenhum.

- Tem calma, babe. - Segurou as minhas mãos, de modo a transmitir-me segurança e apoio. - O teu irmão também não quer mudar.

- Ele é maior de idade...

Suspirei derrotada. Como podia sequer falar sobre aquele assunto com ele? Sabendo que tudo pelo qual lutamos podia acabar de um momento para o outro? Como aceitar?

Sentia-me extremamente feliz naquela cidade, mesmo com todas as intrigas e comentários, era a primeira vez que me sentia assim.

- Não quero perder nada disto. Não quero recomeçar, Chris. - Olhei nos olhos dele. - Não te quero perder. - Admiti-lhe. O rapaz apressou-se a abraçar-me, suspirando frustrado.

- Não me vais perder, loirinha. Nunca.

Segurei o seu rosto com ambas as mãos, apreciando cada pormenor deste, antes de beijar os seus lábios lentamente. Transmitia-me tantas emoções e sentimentos. Como gostava do que eu e o Chris estávamos a criar.

Mesmo sendo uma montanha-russa e não saber o que esperar no dia seguinte.

Antes que algum de nós voltasse a pronunciar-se sobre a situação dos meus pais, o moreno voltou-me a beijar e nesse mesmo instante, o som da sua porta de casa a fechar, afastou-nos.

O Chris levantou-se rapidamente, assim como eu, para tentar perceber quem estava no seu espaço e logo, me deparei com a sua família.

Ambos os pais. Irmão mais velho e a bebé.

- Outra vez? Quantas vezes vamos chegar ao nosso apartamento e ver-te com uma rapariga? A sério, Chris? - Arqueei a sobrancelha. Percebi que o rapaz estava bastante surpreendido. - Vais dizer alguma coisa ou ficar aí parado?

- Com todo o respeito... - Tentei começar a falar, mas o olhar frio do homem, impediu-me. Olhei o mais novo, esperando que reagisse.

- Com todo o respeito, querida, não se sinta especial, porque não é. Agradeço que não deixe o que é seu espalhado pelo chão e que se ausente o mais rápido possível da minha...

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Onde as histórias ganham vida. Descobre agora