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SÁBADO

Abraçava os meus joelhos.

A memória da noite anterior estava completamente extinta da minha mente. Havia uma única certeza para mim: Tinha consumido droga involuntariamente e por esse motivo, fui parar à mesma cama que o Chris.

Levantei-me de imediato, verificando que ainda usava as minhas calças e um top de alças branco e apressei-me a sair do quarto. Fiz tudo para não o acordar.

Precisava de ir para longe, precisava de reaver as minhas memórias e perceber se tinha ou não feito sexo com ele. Tudo aparentava que sim, só gostava de ter alguma fé. Ele era a única pessoa que me podia dar a resposta, mas a última com quem queria falar.

Percorria as ruas de Oslo. A humidade irritava os meus fios de cabelo e arrepiava a minha pele nua, pois não tinha perdido tempo a procurar a minha camisa ou um casaco.

Só queria sair daquele quarto e daquela casa. O cheio era insuportável. Álcool e fumo.

- Tu és louca? São cinco da manhã, o que fazes na rua sozinha, Arya? - Petrifiquei quando ouvi um carro parar mesmo ao meu lado. Porém, foi reconfortante reconhecer a voz. - Entra. Estás a tremer de frio.

Ouvi o som da porta a destrancar.

Ainda assim, abracei o meu corpo e continuei a andar pelo passeio e a congelar-me.

- Não sejas orgulhosa. Entra na merda do carro e deixa-me explicar-te o que aconteceu. Aliás, o que não aconteceu.

Acompanhou os meus passos com o carro.

- Caralho Arya, não aconteceu nada. Não fixemos sexo, só dormimos juntos! Tornaste as coisas muito difíceis para mim. E quase que fui na tentação, mas nunca me iria perdoar. Podes, por favor, ouvir-me?

Parei de andar, perante as suas palavras. Ele afirmava que não tínhamos feito nada mais que dormir na mesma cama e isso tranquilizava-me imenso. Virei-me para o carro.

A porta foi aberta por dentro e empurrada pelo Chris, para que eu entrasse.

Assim o fiz. Estava demasiado frio e não fazia a mínima ideia para onde ia ou onde estava. Com os nervos, nem consegui pensar.

- Para onde estavas a ir? São cinco da manhã!

- Acordei ao teu lado, o que querias que fizesse? Chris, não me lembro de nada. Sei que bebi um pouco, mas isto nunca me aconteceu e peço-te que sejas honesto comigo. - Murmurei, contendo as lágrimas.

- Não te beijar foi o mais difícil que fiz na minha vida, Arya. Alguém te drogou. - Encarei-o pela primeira vez naquela manhã. - Tu sabes o quanto quero estar contigo, mas estavas fora de ti. Entraste no quarto e expulsaste a pessoa com quem eu estava.

- Eu fiz o quê? - Quando virou a cara para mim, após estacionar o carro num local público, uma marca captou a minha atenção. - Fui eu?

- Foste. Como te disse, estavas fora de ti. Não te sintas mal, não vou usar nada contra ti. Nem vou contar a ninguém. - Virou-se para mim, os seus olhos estavam vermelhos. - Não te beijei e certamente não te toquei.

EKSTASE  ➛  CHRIS SCHISTAD Where stories live. Discover now