37 › Casa Reiss | Parte II

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Entrei em pânico por dois minutos enquanto tomava banho, até que vi uma gaveta, na pia, repleta de embalagens de absorventes noturnos, com abas e sem abas, grandes e pequenos... Ele realmente pensou em tudo. Daí vem a questão, ele criou Historia? E onde ela está agora? Tudo o que sei é que ela ficou com o pai após Lara ir para a CIA, mas não tenho ideia de como ela acabou vivendo com Erwin ou com os Quatro.

Mas, ao menos por enquanto, deixo isso de lado, assim como o assunto sobre a "mãe louca" de Erwin que Levi mencionou na One For All. Também deixo o próprio Levi de escanteio em meus pensamentos, assim como Satoru, Shouta, Kakashi e Kento — Kento... e suas mãos que ainda posso sentir deslizando pelas minhas costas se eu me concentrar o suficiente.

Ao sair do banheiro esplêndido, caminho por um pequeno corredor que vai até o que descubro ser o closet, igualmente luxuoso. Há portas de vidro com metal tingindo de preto no contorno de sua forma, sendo estas retangulares. Ele aparenta ter três metros quadrados e os compartimentos para guardar e pendurar as roupas são feitos de madeira escura, porém lisa e brilhante.

Entre as peças nos cabides, encontro cinco pares de pijamas de diferentes tamanhos. Escolho maior, considerando que prefiro dormir com roupas folgadas quando não durmo sem roupa alguma; o conjunto é composto por uma calça de cetim preta e uma blusa do mesmo tecido e cor, com detalhes brancos e uma fina alça. Um sobretudo branco também acompanha as peças, indo até os meus joelhos. Eu subo as mangas compridas até os cotovelos, dando uma volta rápida e dolorida no espelho, sem querer apreciar minha própria desgraça por muito tempo.

Minhas tatuagens estão expostas, exatamente do jeito que eu gosto, desde os braços até a clavícula e costas e um pouco do pescoço. Todas sendo frases, números, símbolos... Todas sobre lembranças de bons momentos, livros que me marcaram tanto quanto a tinta eternizada, trechos de música que sempre carregarei em minha mente e coração... Todas coisas sentimentais e puras, mas intimidantes quando em conjunto, para alguém que não sabe de seus significados.

Saio do quarto sem muita pressa, me dando tempo o suficiente para prestar atenção nos detalhes da Casa Reiss. A cerâmica parece estar tão limpa quanto eu, que acabei de sair do banho, e o lustre, que posso ver mais de perto aqui de cima, se mantém radiante em toda sua majestade. Mas ouço vozes vindas do escritório de Erwin, onde posso enxergar a porta entreaberta. Paro por dois segundos, até que os olhos de dele aparecem na brecha da porta e me vêem de longe. Eu arregalo os meus próprios, ignorando a dor e me apressando até ele.

Quando posso ver o cômodo, também noto uma pessoa que nunca vi antes. Se trata de um rapaz de cabelos vermelhos como sangue, com olhos verdes claros e pele cor de areia branca. Ele está parado, de pé, na ponta da mesa à frente de uma estante que chega até o teto, repleta de livros. Ele é tão incomum que mal reparo no homem de mais ou menos a minha altura, vestido de branco com uma pequena maleta em mãos.

— Esse é o doutor Monroe. — Erwin aponta para o homem que aparenta ter um pouco mais que 30, com uma barba por fazer. — E este é Gaara.

Percebo que o loiro não vai dar mais informações sobre o rapaz na frente do doutor, por mais confiável que ele seja — considerando que Erwin permite sua entrada nessa casa que parece ser uma fortaleza. Eu aceno, adentrando o escritório completamente e recebendo uma leve rajada de ar gelado, do ar-condicionado.

Penso em como estou ridícula para eles. Completamente machucada.

— Sou S/n. — Me limito.

— Bom... Senhorita... S/n. — Ele olha para Erwin, como se estivesse receoso em me chamar por algo que não meu sobrenome. O sobrenome que eu não lhe dei, propositalmente. — Por favor, se aproxime.

𝐂.𝐈.𝐀  || 2d × Reader (PT-BR)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ