03 › Adaptação

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Após provar os mais de 20 pares de roupas — que eu guardei adequadamente no closet —, desci as escadas até a cozinha e vi Hatake preparando algo para comer. Ele não disse nada, apenas apontou sugestivamente para o banco do balcão e murmurou "eu cuido do almoço". De acordo com ele, Levi e Gojo estavam numa sala do andar de cima, considerando que aquela mansão tinha três; o subsolo, o primeiro e o segundo. Oh, e a cobertura.

Mais ou menos cinco minutos depois da minha chegada, Aizawa apareceu e sentou-se ao meu lado, com um copo d'água que ele havia pego no filtro da geladeira no seu trajeto.

— Seus papéis já chegaram?

— Não. — Respondi suavemente, sabendo que ele falava dos documentos pessoais de S/n Volkov. Eu.

— Falarei com Levi sobre isso. — Eu assenti, percebendo que ele me olhava de cima à baixo, com as sobrancelhas franzidas. Provavelmente se perguntando onde eu havia conseguido aquelas roupas.

— ...Eu terei alguma conta bancária? Cartões? — Perguntei, após alguns minutos em silêncio. Kakashi não se deu ao trabalho de responder, sabendo que Shouta faria isso.

— Não. S/n Volkov é a sua nova identidade, de fato, mas ainda é perigoso ter tanto tipo de acesso com o mundo exterior. — Ele tomou o resto do liquido do copo em apenas um gole. — Nós só a criamos para que você use na América ou Europa, se necessário. Não importa quanto tempo passar, você tem sempre que sair de máscara, inclusive nas suas missões e especialmente dentro dos três meses, tem que usar luvas.

— Você está dizendo que eu-...

— Eu disse o que eu disse. — Ele me interrompeu. — Você leu todas as páginas daquele contrato, você sabe do que eu estou falando.

— Ok, chefe. Perdão pela minha insolência. — Retruquei cinicamente e Hatake riu enquanto tirava os peixes da geladeira.

— Esse seu deboche ainda vai te custar muito, Srta. Volkov. — Aizawa disse, então saiu do cômodo.

Eu fiz uma careta enquanto ele estava de costas e o cozinheiro continou rindo baixinho.
Tateei o balcão de mármore enquanto pensava se eu estava agindo da forma correta com esses quatro. Eu os conheço, não totalmente, mas será que o suficiente para abaixar a guarda? Quando poderei dormir sem segurar uma adaga embaixo do travesseiro ou uma pistola debaixo do colchão?

Ainda haviam muitas coisas que eu queria fazer e não sabia se eles iriam me apoiar. Deveria fazer isso sem que eles saibam ou contar e talvez pôr tudo à perder? Eu tinha aceitado o trabalho, mas não larguei meus objetivos.
Ainda planejava me vingar de quem quer que tenha matado a minha guardiã.
Eu não vou morrer até que isso tenha sido feito.

— Hatake. — Chamei a atenção do criminoso.

— Pode me chamar de Kakashi. — Ele piscou divertidamente. — Diga.

— Ok... Kakashi, eu sou privada de atividades particulares? — Apoiei meu queixo nos meus pulsos. — Digo, eu não vi em nenhuma parte do contrato falando que eu tenho que ser totalmente devota à vocês, ignorar toda a minha vida, e-... — Fui irônica.

— É claro que pode. Mas tem que tomar 100x mais cuidado porque você não é apenas uma foragida, mas a representante do Japão no mundo da máfia. — Ele me direcionou um sorriso sombrio. — Você é a executora.

— E se eu quiser executar alguém? — Dei-lhe um sorriso forçado.

— Quem seria? — Eu mordi meu próprio lábio. Ainda não sabia. — Nós podemos mandar que alguém cuide disso e a pessoa estará morta em 1 hora a partir de agora. A menos que você prefira fazer isso com as próprias mãos.

𝐂.𝐈.𝐀  || 2d × Reader (PT-BR)Where stories live. Discover now