08 › Surpresa!

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O colchão macio da minha cama parecia me prender em meio àqueles lençóis super confortáveis. Eu olhei para a cômoda ao meu lado e vi o relógio digital marcando 09:00AM. À essa altura, os Quatro já devem ter ido para Kyoto e agora eu passaria o resto do dia com a tentação que era Kento Nanami. Confesso que me atraí pelo homem no primeiro segundo que sua mão tocou a minha cintura, na nossa luta exasperada. E se eu passaria três meses com esses homens, eu tinha algum direito de me divertir.

Não me dei ao trabalho de tirar o pijama, apenas escovei os dentes e arrumei o cabelo, descendo apressadamente para a cozinha. Minha barriga roncava como nunca e eu sentia a fome de um dragão, ataquei a geladeira e peguei qualquer fruta e comida leve já pronta. Enchi o balcão com uma manga, goiaba, waffles, mel, duas tapiocas de queijo e um copo de iogurte — ouvi passos quase silenciosos e totalmente calmos ressoarem atrás de mim e virei meu corpo para encontrar o previsível Nanami. Ele parou na entrada da cozinha por alguns segundos, me examinou de cima à baixo e continuou andando até o guarda-comida, pegando algumas coisas para preparar o que eu julguei ser o almoço.

— Bom dia para você também, daddy. — Cantarolei, driblando o mel que escorria do waffle ensopado.

— Não me chame assim.

— Acordou de mau-humor? — Cantarolei novamente, ele se virou e me encarou com uma faca na mão. — Ui, facas são perigosas, tenha cuidado.

— Vejo que sua enxaqueca já passou. — Ele se dirigiu à geladeira, onde começou a pegar uma sessão de verduras e legumes. — Gosto de você com a boca fechada.

— Acredite, minha boca é muito melhor funcionando. — Sorri de canto.

— Não flerte comigo, criança.

— É impossível quando você faz essa pose toda. — Ri baixinho. — Quer ajuda no almoço?

— Quero silêncio.

— Arrogante.

Então eu fiquei lá, comi tudo o que tinha para comer e sequei Kento de forma descarada durante a manhã inteira, ainda sentada naquele balcão e apreciando seus dotes culinários. Ao ver o tanto de comida e equipamentos gastronômicos enquanto o homem preparava o almoço, eu tive uma ideia lindamente perfeita. Eu poderia pedir ajuda a ele e tudo ocorreria bem, no tempo certo.
O plano era fazer alguns biscoitos, bolo e caprichar em algum coquetel saboroso; poderia escolher um filme e esperar os Quatro chegarem, os fazendo aproveitar a tarde depois de um dia cansativo no trabalho.

— E se eu fizesse uma "surpresinha" para os nossos chefinhos? — Indaguei, enquanto comíamos a comida preparada por Kento. Estava impecável. — Sabe... Tipo comida, bebida, um filme... Você também está convidado.

— Duvido que curtam esse tipo de coisa.

— Af, eu estou morando com um bando de velhotes. — Empurrei um pedaço de brócolis goela abaixo.

— Mas você pode tentar. — Retomou, calmamente. — Talvez eles precisem disso... Ou ao menos da intenção.

— Sabe que a minha intenção é fazê-los esquecerem de ontem, não é? — Indaguei, mexendo o açúcar no copo de suco de laranja.

— Então finja que você é uma pessoa simpática e gentil. — Ele deu de ombros e eu lhe mostrei a língua.

— Assim você me magoa.

— ...

Eu bufei, me remexendo na cadeira e mapeando a cozinha com o olhar, pensando se eu deveria mesmo fazer isso. De qualquer forma, eu não iria conseguir sem a ajuda de Nanami, mas talvez eu possa convencê-lo. Porém, antes, eu queria fazer um teste.

𝐂.𝐈.𝐀  || 2d × Reader (PT-BR)Where stories live. Discover now